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Fenômenos meteorológicos e mudanças climáticas são coisas diferentes

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JOÃO LUIZ MAUAD *

Em recente discurso perante o Congresso (The State of The Union), o presidente Obama foi categórico, com relação ao aquecimento global: “As ondas de calor, secas, incêndios florestais e inundações – tudo isso é agora mais frequente e intenso.  Podemos optar por acreditar que a supertempestade Sandy,  ou a mais grave seca em décadas e os piores incêndios florestais que alguns estados já viram foram apenas uma coincidência, uma aberração. Ou podemos escolher acreditar no julgamento esmagador da ciência – e agir antes que seja tarde demais”.

Tal declaração, principalmente por vir do presidente dos Estados Unidos, suscita duas questões: primeiro, será que as informações ali contidas são condizentes com os fatos reais?  Caso sejam, seriam prova do aquecimento global?

De acordo com Roger Pielke, da Universidade de Colorado, em recente testemunho perante o Senado, ambas as respostas são um sonoro “não”.

Segundo Pielke, é enganoso e incorreto afirmar que os desastres relacionados com furacões, tornados, enchentes ou secas têm aumentado, quer nos Estados Unidos ou no mundo. Além disso, seria totalmente incorreto associar um eventual aumento desses eventos climáticos com a emissão de gases de efeito estufa e o aquecimento global antropogênico.

De acordo com Roger Pielke, inundações em estados norte-americanos não têm aumentado em freqüência ou intensidade, desde 1950. Na verdade, as perdas econômicas decorrentes das inundações caíram 75% em percentagem do PIB, desde 1940. Quanto aos tornados, Pielke afirma que, desde 1950, a atividade deles (intensidade, freqüência e danos materiais) não tem aumentado. Ao contrário, evidências sugerem que, na verdade, diminuiu.

O mesmo se pode dizer dos furacões, pelo menos desde 1900, e dos ciclones tropicais mundo afora, desde 1970, acrescentou Pielke.  Com relação às secas, ao longo do século passado, elas cobriram apenas pequenas porções do país, tendo sido mais curtas e menos frequentes.

Cientificamente comprovado, o que há de realmente novo em relação aos dados climáticos é que as temperaturas médias globais não aumentaram nos últimos dezesseis anos – ainda que as emissões de CO2 tenham crescido bastante no mesmo período, ultrapassando a barreira das 400ppm (numa prova inequívoca de que o Protocolo de Kioto nunca foi para valer).

Agora, a recente constatação dos termômetros também não significa que não existe aquecimento global – embora desmintam categoricamente os modelos teóricos complexos, que Obama e outros ingenuamente reivindicam como provas irrefutáveis. É, portanto, destacada presunção dizer que a teoria está provada e clamar por um eventual consenso.

Ao contrário. Esta é mais uma prova de que a natureza é bastante problemática e os dados coletados muitas vezes contraditórios. É absurdo, portanto, citar uma eventual onda de calor no Alasca – na verdade, uma verdadeira aberração – como evidência da mudança climática planetária e saír por aí gastando dinheiro do contribuinte em projetos de energia alternativa altamente duvidosos ou reivindicando a redução do PIB mundial para combatê-la, como deseja Obama.

O mesmo raciocínio se aplica, mutatis mutandis, à atual onda de frio no sul do continente sul americano, que fez, por exemplo, nevar em Florianópolis e Curitiba, coisa que não ocorria, respectivamente, há 29 e 38 anos.  Portanto, não é razoável, e muito menos científico, buscar em eventos meteorológicos extremos, como os mencionados acima, comprovação de mudanças climáticas.  O fato de hoje estar muito mais frio do que o normal no Rio de Janeiro não quer dizer absolutamente nada, exceto que devemos tirar os casacos do armário.

* ADMINISTRADOR DE EMPRESAS

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