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Sobre Hiroshima e Nagasaki

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O lançamento de duas bombas atômicas, pela Força Aérea americana, sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, respectivamente em 06 e 09 de agosto de 1945, é daqueles fatos históricos que, assim como o não menos trágico Bombardeio de Dresden, geram controvérsias intermináveis, em que a razão, muitas vezes, cede lugar à emoção e ao dogmatismo, como num infindável Fla x Flu.

Sou daqueles que, por conta de um viés francamente americanófilo, defendeu durante muito tempo, intransigentemente, a moralidade e oportunidade da decisão do Governo Truman.  Meus argumentos sempre partiram da premissa de que os japoneses eram os agressores e, portanto, os únicos responsáveis pela sua desdita.  Além disso, havia ainda a lógica utilitarista, “vendida” pelas autoridades americanas, segundo a qual o bombardeio atômico sobre as duas cidades densamente povoadas, ainda que tenham vitimado centenas de milhares de pessoas, muitas delas crianças e mulheres, foram necessárias para encurtar a guerra e, no atacado, acabaram poupando milhares, quem sabe milhões, de vidas, notadamente por evitar a necessidade de uma invasão terrestre.

Num belo dia, alguém me chamou a atenção para o fato de que eu não estava defendendo a índole de uma nação, algo que jamais esteve em questão, pelo menos para os amantes da verdade, mas simplesmente a decisão de um governo, o que é algo muito diferente.  A partir desse momento, comecei a interessar-me pela história por trás daquele episódio, as circunstâncias, implicações e interesses envolvidos. Desde então, muitas das minhas antigas certezas tornaram-se dúvidas, especialmente no que concerne à real necessidade daquela matança para a rendição dos japoneses.

Quanto mais eu lia a respeito, mais me convencia não só de que os japoneses já estavam prontos para a rendição fazia tempo, como de que ela só não foi assinada antes porque não interessava aos governos aliados, principalmente ao governo americano, algo que, pelo menos aos meus olhos, tornava aquele um dos mais trágicos episódios que a humanidade já proporcionou.

Hoje, fui apresentado por Don Boudreaux a um antigo ensaio de David Handerson sobre o tema, o qual vai ao encontro da minha experiência particular, além de adicionar uma série de fatos históricos que eu ainda desconhecia, os quais, se não elucidam de vez aquele tenebroso episódio, pelo menos jogam mais um bocado de luz sobre ele.  Para quem se interessa pelo assunto, o ensaio pode ser lido aqui.

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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