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Resenha: As Seis Lições

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As seis lições é um livro do economista Ludwig von Mises, um dos principais representantes da Escola Austríaca de Economia. O livro é composto por seis palestras proferidas por Mises na Argentina em 1959, nas quais ele aborda temas cruciais da teoria econômica e da política. O objetivo dessas lições é fornecer uma visão geral dos princípios fundamentais do pensamento econômico de Mises e da Escola Austríaca, proporcionando uma base sólida para a compreensão das teorias econômicas e políticas.

Capitalismo:

Na primeira lição, Mises explica o que é o capitalismo e como esse sistema econômico é fundamental para a criação de riqueza e prosperidade. Segundo ele, o capitalismo é o único sistema econômico capaz de proporcionar o máximo de prosperidade ao maior número de pessoas. Ele enfatiza que é a livre iniciativa e a propriedade privada que incentivam a inovação e a eficiência na economia. O capitalismo baseia-se na divisão do trabalho e na cooperação voluntária entre indivíduos, o que permite o progresso econômico e a melhoria das condições de vida.

Ele descreve como o capitalismo promove a alocação eficiente de recursos através do sistema de preços, o qual reflete a oferta e a demanda de bens e serviços. Ele também destaca a importância dos empreendedores no capitalismo, que assumem riscos e investem em novos projetos, gerando empregos e criando oportunidades econômicas.

Além disso, Mises discute a função do lucro e do interesse no sistema capitalista. O lucro, segundo ele, é um indicador de que os recursos estão sendo utilizados de forma eficiente, enquanto o interesse particular serve como um incentivo para a poupança e o investimento.

Socialismo:

Na segunda lição, Mises critica o socialismo como um sistema econômico falho e insustentável.  Ele argumenta que a abolição da propriedade privada dos meios de produção leva à falta de incentivos e à má alocação de recursos. Ele também aborda o problema do cálculo econômico no socialismo, onde a ausência de preços de mercado dificulta a tomada de decisões racionais sobre a alocação de recursos e a produção de bens e serviços. Ele afirma que o socialismo inevitavelmente resulta em ineficiências, burocracia e estagnação econômica.

Mises também discute a natureza autoritária do socialismo, que requer um planejamento centralizado e um controle estatal sobre a economia. Ele argumenta que o socialismo leva a uma perda de liberdades individuais e à concentração de poder nas mãos de uma elite governante.

Intervencionismo:

Na terceira lição, Mises analisa o intervencionismo estatal na economia, explicando por que ele considera essa abordagem prejudicial. O intervencionismo é uma política que tenta combinar elementos do capitalismo e do socialismo, com o governo intervindo na economia através de regulações, subsídios e controle de preços. Ele argumenta que, quando o governo intervém na economia, cria distorções nos preços e nos incentivos, o que resulta em ineficiências, perda de riqueza e redução da liberdade individual.

Mises detalha as consequências negativas do intervencionismo, incluindo o aumento da burocracia, além de corrupção e ineficácia dos serviços públicos. Ele também enfatiza que o intervencionismo tende a levar a um maior controle estatal da economia, à medida que os problemas gerados pela intervenção demandam mais intervenção, criando um ciclo vicioso de crescente intervenção governamental.

Inflação:

Na quarta lição, Mises examina a inflação e suas consequências para a sociedade. Ele defende que a inflação é um resultado da expansão do crédito e da oferta monetária pelo banco central, o que leva a um aumento generalizado dos preços. Mises explica como a inflação distorce a economia, prejudicando a poupança, incentivando o consumo excessivo e a especulação, e redistribuindo a riqueza de maneira injusta e arbitrária. Ele também argumenta que a inflação pode levar a crises econômicas e desvalorização da moeda.

Mises discute o papel do banco central na criação de inflação e critica políticas monetárias expansionistas, que ele acredita serem responsáveis por ciclos econômicos e instabilidade financeira. Ele defende uma política monetária baseada em um padrão-ouro, que limitaria a capacidade do banco central de criar inflação.

Como exemplo, de uma combinação das leis sobre intervencionismo e inflação, durante os diversos meses da pandemia, o governo federal concedeu o benefício chamado de Auxilio Emergencial para milhões de brasileiros. Esse montante injetado na economia contribuiu fortemente para o cenário inflacionário do Brasil. De um lado, percebemos o aumento do dinheiro circulando na economia e, por outro, vivenciamos a redução brusca da oferta de vários itens pelo impacto na cadeia produtiva neste período.

Dessa forma, o mercado de seguros foi amplamente impactado, principalmente o de seguros multirriscos. Essas contratações são feitas seguindo os valores de reconstrução do ativo e com uma taxa de inflação elevada, os valores em risco devem sofrer atualizações recorrentes. Sendo assim, as renovações de apólices patrimoniais sofreram, em sua grande maioria, incrementos significativos nos últimos anos.

Desemprego:

Na quinta lição, Mises aborda a questão do desemprego e explica como as políticas governamentais podem contribuir para o problema. Ele argumenta que o desemprego é resultado de salários artificialmente elevados, impostos pelos sindicatos ou pela legislação trabalhista, que impedem a contratação de trabalhadores em condições de mercado.

Mises também analisa o impacto das políticas de bem-estar social no desemprego, sugerindo que elas podem desincentivar o trabalho e criar dependência do Estado. Ele defende políticas de mercado flexíveis, que permitem a adaptação dos salários às condições econômicas e incentivem o emprego.

Política de investimento:

Por fim, Mises discute a importância do investimento e do empreendedorismo para o crescimento econômico e a criação de empregos. Ele defende que políticas governamentais favoráveis ao investimento e à livre iniciativa são cruciais para o progresso econômico, enquanto o intervencionismo e o excesso de regulação podem prejudicar o desenvolvimento.

Mises enfatiza a importância da poupança e do investimento para o crescimento econômico, argumentando que o capital acumulado é necessário para financiar novos projetos e expandir a produção. Ele também destaca os riscos associados ao investimento e como os empreendedores são essenciais para a inovação e a criação de riqueza.

Em resumo, As seis lições apresentam os fundamentos do pensamento econômico de Ludwig von Mises, destacando a importância do capitalismo, da propriedade privada e da livre iniciativa para a prosperidade, ao mesmo tempo em que critica o socialismo e o intervencionismo como abordagens prejudiciais à economia. Ao longo das seis lições, Mises desenvolve uma análise profunda dos princípios econômicos fundamentais e de como eles se aplicam às questões políticas e sociais contemporâneas. Sua ênfase na liberdade individual, na responsabilidade e na importância da ação empreendedora é um tema recorrente em seu trabalho.

*Alexandre Géo é formado em Administração de Empresas, com premiação Summa Cum Laude, e Engenharia Civil, voluntário na Junior Achievement Brasil e USA, e aprovado com Work of Extraordinary Distinction pela Harvard University em Corporate Finance, atuo na Deal Seguros, empresa focada em consultoria de riscos e na corretagem de seguros corporativos.

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