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Por quem as panelas batem?

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por IGOR WILDMANN*

panelaço

Que conversa fiada é essa de que quem aderiu ao panelaço dessa semana ou quem está abertamente insatisfeito com esse governo é a burguesia, as “zelites”, os fascistas, os golpistas”, os brancos de olhos azuis, etc, etc?

Os lucros dos bancos foram estratosféricos nos governos do PT, as mineradoras fizeram o que bem entenderam, as montadoras de veículos tiveram toda sorte de benesses federais e as empreiteiras, ah, as empreiteiras… As empreiteiras – as amigas do poder – mamam regiamente nas régias tetas estatais, sempre, claro, em troca de benesses para a nobreza político-burocrática.

Os mega-empresários amigos da realeza partidária foram fortemente ajudados pelo BNDES e por toda a sorte de favores do poder, enquanto os empresários que enfrentam a concorrência, assumem risco e “põem a cara para bater” são tratados como párias pelos burocratas e, lógico, pelos ideólogos do partido governante e seus satélites.
Não me venham com essa conversa mole de que é a “grande burguesia” que está contra Dilma.
As panelas batem por quem pega estrada, precisa de polícia, sofre com caos em aeroportos, fica preso no trânsito, é achacado pelo Estado nos impostos, multas, contribuições compulsórias, obrigações absurdas, burocracia insana e principalmente no péssimo retorno em segurança institucional, serviços e infraestrutura a cargo do governo. As panelas batem pelos que viram as promessas de campanha e estão vendo o que está acontecendo agora. As panelas batem pelos que estão pagando trinta, quarenta por cento a mais num litro de gasolina, num butijão de gás ou em produtos de supermercado. As panelas batem pelos que são assaltados e escutam os ideólogos dizendo que eles são opressores e seus algozes, vítimas. As panelas batem pelos que sabem que estamos assentados sobre uma das maiores – se não a maior – reserva hídrica do mundo e agora vêem seus banhos serem acusados de causar o apocalipse.
As panelas batem pelos que vêem na TV alguns “cumpanhêros” da Petrobrás dizendo que devolverão suas “partes pessoais” no butim: setenta, cem milhões de reais cada um, fora a cota do partido – duzentos milhões de dólares – mas escutam, perplexos, a Presidente da República, que por anos a fio foi a presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, dizer que não sabia de absolutamente nada, numa prova, no mínimo, de que ela nunca foi a “gerente competente”, mito inventado pela “mídia” (sim, publicidade multimilionária também é “mídia”) petista para emplacá-la como mandatária do país.
As panelas batem pelos que ficaram 35% mais pobres com o derretimento da moeda nacional, pelos que vão “dançar” com a repuxada dos juros e com o duro ajuste fiscal, tudo feito para arcar com a herança maldita da péssima administração dos quatro anos anteriores. Não me pergunte por quem as panelas batem. Elas batem por você, cidadão comum.   Os caminhoneiros não são “coxinhas”. A classe média não é “zelites”. Bater panelas ou ir às ruas por insatisfação com a incompetência da atual presidente não é golpismo. (Do capítulo: fascista é a vovozinha, senhor militante!)

* Igor Wildmann é advogado. 

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