Alguns estavam preocupados com o retorno do imposto sindical, uma mamata bilionária herdada desde a Era Vargas que consistia em subtrair compulsoriamente parte da renda do trabalhador para financiar os sindicatos.
E estão cobertos de razão em estarem, mas eu vou dar muito mais razões para aumentar a preocupação.
O antigo imposto sindical consistia em uma cobrança anual única, equivalente a um dia de trabalho, que era descontada diretamente na folha de pagamento do trabalhador.
A contribuição era automática ao sindicato local da categoria definido pelo TST e, como era feita de maneira desregrada, criava situações de aberração, como o hoje extinto, graças à extinção do imposto, Sindicato dos trabalhadores sindicais da cidade de São Paulo, que era um antro de sanguessugas do imposto sindical sem utilidade prática.
A atual proposta de Lula é muito pior que o antigo modelo, pois visa subtrair, não um dia de trabalho, que em 2016, último ano da vigência do imposto, arrecadou 6,8 bilhões de reais para os sindicatos em território nacional, mas sim 1% da renda anual do trabalhador brasileiro para voltar a financiar o poleiro sindical.
Alguns calculam uma arrecadação de 4 bilhões, mas eu sinceramente já espero mais do que isso, afinal 1% da renda se trata de uma parcela aberrante do orçamento pessoal de várias pessoas, que obviamente será compulsória.
Afinal, os apoiadores sindicais de Lula clamam pelo retorno de sua fonte de renda, pois o fim do mesmo criou um cenário assustador pra muitos deles: o de precisar trabalhar pela própria classe para merecer ganhar a contribuição sindical voluntária por fazer um bom trabalho.
*Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.
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