Hadad, Lula e muitos outros, inclusive alguns liberais, acham que herança deveria ser taxada, porque seria uma injustiça social filhos de pais ricos herdarem suas fortunas enquanto outros jovens não herdaram nada e não teriam as mesmas oportunidades para disputar o mercado.

Essa é uma das falácias mais difíceis de expor para quem tem uma visão distorcida do que é o mercado, do que são direitos e do que significa exatamente justiça social. Vou explicar, tente compreender.

A fortuna obtida de forma moral, ou seja, sem o uso de força ou de fraude, é daquele que a criou, adquiriu ou ganhou. O proprietário original tem o direito de fazer com seus bens o que quiser, multiplicá-los, transferi-los ou destruí-los.

Não existe justiça social mais evidente do que alguém, no uso de sua capacidade, criar valor para dispor dele como bem entender. Doar em vida ou deixar como legado na forma de herança o que é seu é um direito que todo indivíduo tem, a não ser em sociedade autoritárias onde a transmissão de bens de doadores para herdeiros é proibida.

Muitos desses demagogos que querem suprimir esse direito argumentam que os herdeiros viverão como parasitas. E se viverem, qual é o problema? Se o estado tomar para si os bens deixados como legado, não serão os que usufruirão desses bens os parasitas? Ademais, quem disse que é injusto pais transferirem para os filhos que amam a fortuna que é deles?

É um direito moral dos proprietários decidirem com quem ficará o que construíram ao longo da vida. Talvez seu propósito fosse esse: criar valor suficiente para que seus sucessores não precisassem trabalhar por muitas gerações.

Economia não é jogo de soma zero. O fato de alguém ter muito não implica que outros não poderão ter tanto quanto. Basta terem liberdade para agirem e direito à propriedade para disporem do que construíram como bem entenderem.

O fato de uns nascerem em berço de ouro e outros precisarem ser arrimo de família não é uma injustiça. É um fato do qual não se pode fazer julgamento, por ser simples resultado do acaso.

Se um herdeiro for um parasita perdulário, acabará distribuindo sua fortuna para quem souber aproveitar a oportunidade de estar lidando com alguém que não valoriza o legado que ganhou. Se o herdeiro souber gerir bem o que ganhou, criará ainda mais riqueza, o que significa que produziu ainda mais valor para ele e a sociedade, inclusive na forma de oportunidades.

O que subjaz quando levantam isso tudo como sendo um problema é motivado por uma pergunta recorrente: “Fulano ganhou uma fortuna do pai. Que sortudo. Que inveja. Por que não era eu o filho daquele bilionário?”

Os políticos sabem que a inveja, o ressentimento, a culpa estão presentes quando se compara o que as pessoas possuem e como elas adquiriram o que têm. Manipular pessoas que se deixam levar por emoções como essas, por capricho ou sentimentos muitas vezes destrutivos, é o que faz a carreira de políticos sem escrúpulos.

Tão sem escrúpulos que usam argumentos vis, falaciosos, que levam a ações violentas, para combater uma inexistente injustiça social e uma imoral distribuição de riqueza através da pilhagem.