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Um país, 200 milhões de oportunidades

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Margem do rio Ipiranga, dia Sete de setembro de 1822. Iniciava-se ali, há 200 anos, a história como país independente de uma terra extremamente promissora. Uma agora ex-colônia repleta dos mais variados recursos naturais, vastidões de terras férteis e próprias para pastagens, além de ser uma localidade isolada de desastres da natureza. Praticamente a materialização do Eldorado, que arrastou diversos europeus através do Atlântico. A vida nos novos países das Américas prometia novos começos, repletos de oportunidades.

O tempo avança 200 anos e, agora no presente, a verdadeira terra das oportunidades está localizada nas Américas, mas mais ao norte, se tornando, inclusive, a maior potência mundial. Por outro lado, o Eldorado do século XIX cresceu a duras penas, é uma das maiores economias do mundo, mas está longe de ser uma terra de oportunidades. Gerações de imigrantes desembarcaram em portos brasileiros, mas hoje, infelizmente, seus países de origem proporcionam uma vida muito melhor do que o Brasil.

E por que, depois de dois séculos, o Brasil jamais alcançou o sucesso que dele era esperado? Para essa resposta, é impossível não voltar os olhos para o Estado Brasileiro. Nesse período, nada menos do que 7 regimes, incluindo o Império e Repúblicas, foram instaurados. Somente no período republicano, diversas moedas e esquemas econômicos foram implementados. Até mesmo longos anos de hiperinflação tiveram de ser contidos, sempre com medidas no mínimo questionáveis. Como não citar a atual Constituição, promulgada apenas em 1988, mas que já possui a assustadora quantia de mais de cem emendas? Com um cenário de tamanha volatilidade, desorganização, e ineficiência, não é de surpreender que o Brasil jamais tenha alcançado seu potencial. Pelo contrário, é uma verdadeira surpresa que integre atualmente o quadro dos 10 maiores PIBs do planeta.

Também se faz notável o enorme custo da estrutura administrativa brasileira, com poderes que se enquadram entre os mais caros do mundo e repletos de privilégios. Parlamentares e juízes brasileiros são praticamente intocáveis e atuam constantemente em benefício próprio, ignorando a função básica de quem ocupa tais cargos: servir em prol do país e do povo brasileiro. Como não citar, também, o quão corruptíveis são nossos políticos, transformando-os em sinônimo de desvio de verba pública? Nos últimos anos, a Operação Lava Jato representou um sopro de esperança, evocando a sensação de que, finalmente, nossos políticos seriam responsabilizados por seus crimes, devolvendo bilhões de reais aos cofres públicos. Entretanto, em um movimento inacreditável, temos visto a reversão de valores de tal investigação, com aqueles que exerceram a justiça e o poder da lei sendo processados por aqueles que foram devidamente responsabilizados. Ou seja, nossos bandidos agora culpam a justiça brasileira pelo inconveniente de terem dormido na cadeia e terem perdido suas fortunas roubadas, adquirindo até mesmo a capacidade de concorrer ao cargo mais importante do país. Essa narrativa teria tudo para ser um ótimo novo romance distópico de George Orwell mas, infelizmente, é a nossa realidade.

Para sustentar tamanha estrutura, vem a imensa carga tributária, aliada à alta complexidade regulatória, que tornam o Brasil hostil a qualquer atividade empreendedora. No Brasil, os altos impostos praticamente tornam os mais pobres uma extensão do corpo de servidores estatais, já que uma parcela relevante de seus salários é repassada como arrecadação para o Estado, ceifando suas respectivas liberdades individuais.

Em 1889, uma revolução ocorreu com o intuito, pelo menos em tese, de instituir um governo formado pelo povo e para o povo, retirando do poder a nobreza privilegiada. Na prática nada mudou: ainda sustentamos uma classe privilegiada, com uma carga crescente de impostos.

Antes que uma nova narrativa de “nós contra eles” se erga como a solução, não podemos esquecer que nossos políticos são apenas um recorte de nossa sociedade. Cada brasileiro deve, em primeiro lugar, exercer sua responsabilidade individual como agente de mudança. Cada indivíduo deve se enxergar como uma oportunidade de melhoria.

Após 200 anos de história como nação independente, temos 200 milhões de oportunidades para alcançar, de fato, a liberdade.

*Gabriel Rodrigues Barbosa – Associado I no Instituto Líderes do Amanhã.

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