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Os indivíduos não necessitam de babás estatais e empresariais

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Claro. Vivemos em uma “nova era”, a das falácias, das frivolidades, das mentiras românticas e das verdades romanescas. No contexto dessa lógica ilógica, os indivíduos necessitam de “alguma entidade superior” que, além de pensar por eles, se preocupe com o seu “bem-estar”. Verdadeiramente, com a satisfação, não do indivíduo, mas do abstrato coletivo.

O romantismo impregnou intensamente a mente e os corações humanos, repleto de instintos e emoções, tangenciando o zero em relação à razão. Nunca antes se viram tantas ideias românticas – e falaciosas -, tais como a de que o Estado tem por objetivo se preocupar e ser benevolente, além de ser capaz de, factualmente, atender aos interesses dos cidadãos. Similarmente, de que o mais importante em uma empresa é o seu propósito organizacional, apontando que a razão de sua existência passa mais por seu impacto social/ambiental do que pelo valor que ela cria, dentro de seu negócio, para os clientes-consumidores.

Nunca houve tanto apego às frivolidades e às mentiras e tanta distância do produtivo, do útil e do desenvolvimento do indivíduo. Nunca existiu tanto castigo para a mente individual, para a inteligência humana. Os homens – e mulheres – não necessitam de babás!

É desnecessário, além de ser nocivo, que as pessoas tenham que aceitar e se subjugar a ideia de semideuses estatais e empresariais, ditadores de “verdades” a que os indivíduos tenham que obedecer. O processo de desindividualização e de desumanização, em estágio avançado de andamento, retira das pessoas as virtudes básicas que nos distinguem dos animais, ou seja, a de pensar e agir – por conta própria.

O que se está a ver – e o que não se vê – é a transformação de indivíduos em legítimas marionetes de agentes estatais autoritários e de empresários “salvadores da humanidade”, que, ao cabo, desejam somente salvar seus empregos e seus próprios interesses.

Todas às políticas coletivistas promovem a renúncia do indivíduo em nome de um abstrato coletivo. Nesta direção, a pessoa deve abdicar de seus próprios objetivos e planos de vida, a fim de se sujeitar aos planos e ações de um governo “superior”, intelectual e moralmente, que impõe aquilo que é “melhor” e que deve ser seguido pela população.

Governantes, mesmo aqueles supostamente bem-intencionados, não arcam com as consequências de suas políticas coletivistas bom-mocistas. Suas esdrúxulas decisões, na maioria das vezes, geram consequências indesejadas que não são visíveis no curto prazo. Seus efeitos no longo prazo são deletérios para o país, como aqueles que o Brasil presenciou nos governos petistas. Desafortunadamente, a história se repete.

Nessa “nova era”, empresários passaram a brincar de estadistas. Ao invés de suas empresas criarem e ofertarem benefícios e soluções em seus negócios, a fim de satisfazerem melhor às necessidades e aos desejos de consumidores, eles agora desejam resolver os problemas da humanidade!

A “nova e grande” indústria do propósito organizacional transformou as organizações em entidades que, em tese, possuem uma máxima preocupação com o bem-estar dos cidadãos. Pessoalmente, não desejo a compaixão (genuinamente falsa) de um determinado CEO. Quando busco algum produto ou serviço, como um hambúrguer, procuro a qualidade do lanche e do serviço no ponto de venda, e ponto. Não estou preocupado com seu “progressismo” e se, por exemplo, o Burguer King está preocupado comigo. Até porque sei que o que eles querem mesmo é o meu dinheiro.

De fato, não me impressiona sua “razão de existir”. Pragmaticamente, desejo e escolho a sua promessa de entrega de valor! O Burguer King somente permanecerá no mercado, imagino eu, se sistematicamente inovar e criar novos e melhores lanches para seus clientes-consumidores.

Em definitivo, os indivíduos não precisam de babás, tampouco de seres superdotados que pensem por eles.
Governantes que se propõem a ajudar aos mais necessitados e que berram estar se preocupando com as pessoas, normalmente, intervêm nos mercados, favorecendo os amigos do rei, prejudicando todas as outras empresas, reduzindo a concorrência. Preto no branco, são os cidadãos que pagam a conta, por meio de produtos e serviços piores e mais caros. Há, de fato, uma redução do bem-estar da população.

Pelo lado empresarial, o que já tenho percebido é que empresas que querem “salvar o mundo” acabam desviando seu foco e, portanto, reduzindo o pacote de valor/benefícios dentro de seu negócio. É necessário compreender a psicologia humana. São os próprios indivíduos aqueles que devem ter o livre-arbítrio de escolher o que desejam, e de perceber as vantagens de se ajustar em suas relações econômicas e sociais à cooperação social.

Ninguém deseja os caprichos de semideuses estatais e/ou empresariais.

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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