O pragmatismo deletério de Trump
Trump é um ignorante como era Bolsonaro em assuntos econômicos. Ambos se cercaram, no início, Trump em 2016, Bolsonaro em 2018, de gente razoável, entre os quais alguns acabaram abandonando o navio dada a incapacidade dos líderes de refrearem impulsos caprichosos, nutrindo teimosia patológica.
Trump nem assumiu e já está expondo seu pragmatismo nefasto e deletério. O acordo de paz Israel-Hamas é o mesmo proposto por Biden, mas o democrata não teve peito de fazer seu aliado se ajoelhar perante o inimigo.
Trump não apenas impôs que Israel cedesse como ainda se vangloria disso. Os conservadores nacionalistas religiosos, inclusive alguns judeus, aplaudem porque foi Trump.
A ideia de taxar estrangeiros é a mais estúpida que eu já ouvi desde que estudo economia, principalmente após ter aprendido sobre o mercantilismo de Colbert, que mandou para a forca mais de 16 mil comerciantes franceses por tentarem reagir contrariamente às tarifas e proibições impostas ao comércio internacional na França de então.
Trump também não sabe nada do que significa liberdade de expressão. Não é censura uma plataforma expulsar antagonistas. Censura é o governo obrigar as plataformas a tolerar quem elas não toleram. Liberdade de expressão também é um particular não concordar, não apoiar, não dar espaço, não financiar aqueles dos quais ele discorda.
Não basta ser anti-esquerda, é preciso ser contra todos os que elegem subjetivismo religioso e pragmático, coletivismo tribal e nacionalista, socialismo comunista ou fascista, democratismo, ideologias que levam à supressão da liberdade individual, da propriedade privada, o fim do Estado de Direito, da ideia de República Constitucional, promovendo governos que querem regular, controlar e tributar tudo via leis ou “executive orders”
Trump também ameaça aliados com suas bravatas: Japão, Dinamarca, Canadá, México. Flerta com Putin e Khamenei. É bem capaz de apertar a mão e fazer um “deal” com o ditador Maduro. Espero estar errado.
Trump foi eleito porque o wokismo tomou conta do Partido Democrata, Kamala Harris era uma Dilma e Biden não era Lula, nem os americanos são o povo brasileiro para eleger uma anta. Mas está chegando perto.
Comércio não é guerra, comércio é atividade privada, não estatal. Déficit comercial não é prejuízo. Empresa privada ou pessoa física não censuram. Quem não entende isso não pode presidir um país.