O intruso do Mercosul
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
As autoridades brasileiras não tiveram tempo (nem vontade) de analisar os acontecimentos políticos no Paraguai que acabaram com a deposição do presidente-bispo Lugo. Não houve qualquer interesse na verificação da constitucionalidade do Ato que, via congressual, substituiu Lugo pelo vice-presidente eleito.
Simultaneamente, os parceiros do MERCOSUL, sem qualquer análise que não fosse a de seus pressupostos políticos, expulsaram os paraguaios e incluíram a Venezuela de Chávez, pretensão que já havia sido negada a esse país em função das arbitrariedades cometidas por Hugo Chávez. Aliás, nesse período, o presidente bolivariano só fez endurecer o regime e restringir a liberdade de imprensa.
Tudo o que se sabe é que, assessorada pelo indefectível embaixador das FARC no Brasil (Marco Aurélio Garcia), a Presidente pressionou o Uruguai, tendo como atriz coadjuvante a imperatriz Cristina Kirchner. Ao que se sabe, embora rápida, a substituição de Lugo foi legal dentro de todos os cânones que regem a Constituição paraguaia. É evidente que a velocidade com que foi substituído Lugo se choca com os cânones brasileiros onde, até hoje, o STF está “estudando” os óbvios implicados na operação do Mensalão.
Já pensou se o Brasil fosse expulso de organismos internacionais pela inexplicável demora em julgar 38 criminosos acusados de assaltar os cofres públicos?
Esta entrada da Venezuela no MERCOSUL é, antes de tudo, uma vitória do embaixador das FARC no Brasil. O resto é conversa.
* PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
in Comentário do dia para o IL, 03.07.2012
Ref. da imagem: Wikipédia