A Venezuela está devendo seis milhões de dólares em faturas atrasadas para frigoríficos brasileiros, e dada a falta de tudo no país bolivariano, parece que teremos mais um item em falta nos próximos meses, a não ser que o Brasil continue a subsidiar as exportações de carne para o país amigo do Governo.

O Governo Federal brasileiro é um dos grandes apoiadores à exportação, com presença maciça no financiamento, de onde se provem esse atual prejuízo. Dentre as linhas de financiamento, temos os Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio – ACC e Adiantamentos sobre Cambiais Entregues – ACE, modalidades de crédito privado com isenção de IOF; BNDES-Exim, que financia com dinheiro do BNDES exportações a juros irrisórios; PROGER, programa do BNDES destinado a micro e pequenas empresas exportadoras; e o Proex, obtido junto ao próprio Tesouro Nacional. Não precisaria escrever, mas vale a pena ser escrito, que as taxas de juros dos programas para grandes empresas são muito menores que a linha para micro e pequenas empresas.

O uso dessas linhas de financiamento para subsidiar a exportação para países em grave crise institucional e econômica, como é o caso da Venezuela, acaba por fazer uma verdadeira transferência de renda do povo brasileiro para o povo venezuelano, pois o calote a essas dívidas de exportação acabam por ser absorvidas pelo Governo, que é custeado por todos nós. Embora respeite e sinta profundamente pelos problemas enfrentados na Venezuela, não é o cidadão pobre brasileiro que deve arcar com o prejuízo das más políticas públicas do governo de Maduro, de cunho socializante.