fbpx

Manifesto contra a doutrinação ideológica

Print Friendly, PDF & Email

por JENIFER CASTILHO*

Escolas municipais de Curitiba têm melhor ensino básico entre as capitais. Foto: Brunno Covello/SMCS
Foto: Brunno Covello/SMCS

Primeiro dia de aula da matéria de currículo na educação infantil do sexto período e o professor, para conhecer a turma, pediu para respondermos as seguintes perguntas: o que nos levou a escolher pedagogia? O que estamos achando do curso? O que esperamos da disciplina de currículo na educação infantil? Nunca passou pela minha cabeça fazer o curso de pedagogia, mas prestei vestibular para a UERJ, passei na primeira fase e escolhi pedagogia por já ter uma pedagoga na minha família. No meu primeiro dia de aula percebi do que se tratava o curso: estudar a educação. Até aí não vi nenhum problema. Gostei. Porém, avancei nos períodos e percebi que estávamos estudando a educação na visão e opinião dos professores, não há imparcialidade. Estamos em 2015, entrei na UERJ em 2012, e desde então nenhum professor nos apresentou um autor tradicional ou liberal, por exemplo. O trivium? O quadrivium? Pierluigi? José Monir Nasser? Nunca foram sequer mencionados. Apenas autores sócio-construtivistas.

É como se o governo estivesse nos vendendo um produto. Criticam o método tradicional de ensino e nos “vendem” o construtivismo como se fosse à saída para todos os males. Posso até concordar com os que criticam o método tradicional por ser excessivamente conteudista, porém minha crítica aqui é que vejo que ao invés de cortar os excessos, cortam-se os conteúdos! Nas palavras do professor Pierluigi: “Se alguém fizer uma leitura reducionista dos tais PCN, os famosos Parâmetros Curriculares Nacionais, perceberá que a mensagem final é “FAÇA O QUE BEM ENTENDER”.

Eliminando a “pedagorreia” que permeia esses textos, o que sobra é justamente isto: não existe mais um programa. Não há mais um currículo mínimo a ser cumprido em cada série. Alunos transferidos vivem o pesadelo de se defrontar com universos escolares totalmente diferentes ao mudar de escola, mesmo dentro de sua própria cidade. Qual o resultado? Não há mais um padrão, portanto não há mais cobrança!” O Brasil tem um dos piores sistemas educacionais do mundo. Qualquer pessoa que tiver curiosidade de visitar o site do Inep ficará assustada com os resultados obtidos pelos estudantes brasileiros que fizeram a prova PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). Esse programa reúne os países mais industrializados da economia do mercado, envolve jovens de 15 anos de dezenas de países e são solicitadas habilidades, como: sabe interpretar um texto? Sabe interpretar um gráfico? Tem raciocínio lógico? E os alunos brasileiros submetidos a esse teste em 2003 ficaram em PENÚLTIMO lugar! Se não fosse a Tunísia nós seríamos, simplesmente, o pior Sistema Educacional examinado do universo.

E ao se dar conta desse vergonhoso resultado num teste internacional, nossas “autoridades de ensino” se apressaram para repará-lo e o que decidiram fazer? Trocaram o nome do “curso primário” e do “ginásio” para “1º grau”, mas esses ”gênios” não satisfeitos, logo depois trocaram o nome do 1º grau para “ensino fundamental”. E como ainda se sentiam pressionados pelo resultado do PISA de 2003, resolveram continuar “mudando” e, como perceberam que não dava mais para mudar o nome, resolveram mudar os números, e batizaram no ensino fundamental, a 1ª série de 2º ano. Mas, professor, por que eu disse isso tudo? Foi para responder a pergunta “o que espero da disciplina de currículo”. O que espero é que eu tenha autonomia para não concordar com o que o MEC diz e faz com nossas crianças e adolescentes, serei uma professora sem partido, mostrarei os dois lados da moeda e o aluno que decida qual caminho seguir. Não vou ensinar meus valores para os filhos dos outros. Serei professora, não educadora, não doutrinadora.

*Jenifer Castilho é estudante de Pedagogia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e membro do Grupo de Estudos Frèderic Bastiat (EPL/UERJ).

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Instituto Liberal

Instituto Liberal

O Instituto Liberal é uma instituição sem fins lucrativos voltada para a pesquisa, produção e divulgação de idéias, teorias e conceitos que revelam as vantagens de uma sociedade organizada com base em uma ordem liberal.

Pular para o conteúdo