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Liberdade Liberal

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Kim Kataguiri*

estatua-liberdadeLiberdade é uma palavra muito utilizada e, quase sempre, com um sentido muito positivo. Por isso, muitos vestem a bandeira da liberdade para defender as mais diversas causas. Por um lado, podemos concluir que, se temos tantas pessoas que lutam e prezam por esta dita liberdade, devemos, então, ser livres. Por outro, se a liberdade já é uma realidade concreta, por que ainda temos tantos grupos lutando por ela? Talvez seja porque esses grupos não lutem realmente pelo o que a liberdade verdadeiramente é.

Peguemos o Brasil como exemplo. Você pode se considerar livre agora, mas talvez mude de opinião uma vez que reflita sobre perguntas concretas. Alguém que é obrigado a dar 40% dos frutos de seu trabalho para ganhar nada – ou quase nada – em troca pode ser considerado uma pessoa livre?Alguém que seja impedido de produzir bens para a sociedade por conta de uma barreira burocrática é livre? Liberdade é não poder realizar trocas voluntárias? Um indivíduo que quer ingressar na política, mas não consegue por conta de uma série de imposições estatais é um indivíduo livre? Um pai que não pode educar seu filho da maneira que desejar é um pai livre? Pois é, talvez você não seja tão livre quanto pensa.

O Estado brasileiro é gigantesco e interfere em quase todas as esferas da sociedade. Em outras palavras, o governo constantemente mete o bedelho onde não é chamado. Desde o que você compra até o que você faz na sua própria casa, tudo tem de obedecer à uma série de imposições estatais. Você pode querer vender um produto, e alguém pode querer comprar este produto, mas, se vocês não obedecerem as regras, serão considerados criminosos e serão punidos pelo Estado, mesmo não havendo vítima. Você não pode dar um puxão de orelha no seu filho porque o Estado diz que você não pode. Seu filho também não poderá assistir propagandas infantis porque este mesmo Estado não acha saudável. Você não tem saúde, educação ou segurança garantidos pelo Estado, ainda assim, tem que pagar 40% de tudo o que produz para sustentar uma estrutura que está lá para atrapalhar, entre outras coisas, o seu trabalho. E se você quiser fundar um partido político para unir pessoas que pensam como você e só querem serem deixadas em paz, pode ter certeza que o Estado estará lá para garantir que você tenha o máximo de dificuldades.

Se você não é livre e os partidos que estão não só no poder, mas também na oposição não defendem a liberdade, o que fazer para ao menos se aproximar deste ideal inalcançável? A minha resposta é curta, simples e faz jus ao próprio nome: liberalismo. Mas o que é o liberalismo? Antes de tudo, devemos separar liberalismo econômico de liberalismo político. Basicamente, liberalismo econômico significa pagar baixos impostos, ser livre para empreender com facilidade e poder escolher entre um amplo leque de opções de produtos e serviços oferecidos pelo mercado. Mercado este do qual todos nós fazemos parte: eu, você, a velhinha da mercearia, o pipoqueiro da praça e até mesmo aquela criança que gasta toda sua mesada em balas, diferente do Estado que é regido por meia dúzia de burocratas que, muitas vezes, consideram-se iluminados o suficiente para decidir por você o que você mesmo deve consumir. Já o liberalismo político basicamente consiste em poder votar, poder se candidatar, plena liberdade de expressão, liberdade para se opor ao governo, ou seja, significa defender uma democracia consistente.

Isso tudo parece bem agradável na teoria, mas, e na prática? Convido você, caro leitor, a fazer um agradável exercício mental: suponha que você possa escolher entre dois grupos de países, um grupo A e outro B. O grupo que você escolher será aquele em cujos países você poderá morar durante o tempo que quiser. Os países do grupo A são: Austrália, Nova Zelândia, Suíça, Canadá e Chile. Os países do grupo B são: Irã, Venezuela, Zimbábue, Cuba e Coreia do Norte. Provavelmente você escolheu a lista A, afinal, são países que servem de exemplo para o mundo todo em questões como saúde, educação, PIB per capita, etc. Mas qual é a diferença crucial entre os países da lista A e os países da lista B? Se você “chutou” liberalismo, acertou. Os países da lista A estão entre os mais liberais do mundo, já os da lista B estão entre os mais fechados. Portanto, o liberalismo não é só uma teoria bonitinha com propostas interessantes. É algo que funciona, e funciona muito bem.

É exatamente disso que precisamos no Brasil: liberalismo político e liberalismo econômico. Apenas seremos livres quando pudermos realizar as trocas que desejarmos, da maneira que desejarmos e sem termos que sustentar toda uma rede de burocratas que utiliza dinheiro como papel-higiênico. Apenas seremos livres quando pudermos educar nossos filhos da maneira que quisermos e nosso acesso à política for amplo e facilitado. Liberdade significa livre mercado e liberdades individuais garantidas. Se você preza pela liberdade, você preza pelo liberalismo.

*Acadêmico de Ciência Humanas da UFABC e vlogueiro (youtube.com/tharryify)

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