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Pelo fim da ANS

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ANS4A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) faz mal aos brasileiros, pois encarece em aproximadamente 71% os planos de saúde individuais e familiares para pessoa física, ao mesmo tempo em que sucateia os serviços do setor através de regulamentações cada vez mais intervencionistas e absurdo, tirando o direito de escolha dos consumidores e negando o acesso dos mais pobres a planos privados, no mínimo, melhores que o esquizofrênico Sistema Único de Saúde (SUS).

A ANS não garante a qualidade do atendimento. Ao se colocar como capaz de decidir pelos indivíduos melhor do que eles mesmos, a agência cria uma série de regulamentações, que aumentam consideravelmente o custo das operadoras, forçando-as a aumentar os preços e enrijecer as regras em seus contratos. Quem paga a conta? O consumidor!

No livre mercado, além da diminuição de no mínimo 71% dos custos dos planos de saúde (obviamente deve ser maior, pois 71% é a diminuição dos preços nos mercados menos regulamentados: adesão e empresariais, o que indica que a diminuição de custos é maior) há o aumento da concorrência, pois se torna mais rentável e interessante investir no setor. O aumento da concorrência obriga os empresários a melhorarem seus serviços e oferecerem preços menores, pois do contrário falirão.

Os consumidores serão obrigados a prestarem mais atenção aos seus contratos, assim como poderão contratar apenas aqueles serviços que considerarem mais importantes. Também terão que se cuidar mais para precisar menos dos planos, pois isso garante um custo ainda menor aos próprios consumidores e promoverá a melhoria da saúde geral.

A flexibilização de contratos permite que eu negocie com a operadora e contrate apenas os serviços que desejo, por exemplo, dou mais valor a consultas simples e exames que me permitam fazer uma checagem total anual e prefiro me cuidar para evitar a necessidade de atendimentos de emergência.

Uns podem preferir atendimentos com nutricionistas e cardiologistas apenas, ou querer atendimentos apenas de emergência/urgência e assim por diante. Ninguém é capaz de definir quais são as minhas prioridades melhor do que eu. Quantos serviços contidos nos planos de saúde pagamos, mas nunca utilizamos? Que tal poder escolher quais serviços queremos e pagar apenas por eles? Obviamente isso barateia o preço e oferece ao consumidor apenas aquilo que ele quer.

Hospitais concorrerão ainda mais e terão mais incentivos até para possuírem planos próprios, que deem atendimento em sua rede, que precisará ser aumentada para atrair mais consumidores, seja com investimentos em obras, ou parcerias com hospitais e clínicas de outras regiões (anexados), como ocorre com alguns (porém poucos) hospitais atualmente.

Também se desafoga bastante o SUS, diminuindo o custo estatal com o sistema, e permite o acesso dos mais pobres a um serviço melhor. Se um plano mais barato for inferior aos demais, ao menos, ele será considerado bom o suficiente por seus clientes, pois ao contrário estes o cancelarão, ou sequer o contratariam. Logo, por que o Estado tem que atuar como uma babá e proibir este cidadão de contratar um plano que ele considera satisfatório? Devemos ficar sem plano de saúde algum, pois o Estado considera que isso é melhor do que um plano que “apenas” nos satisfaz, mas não satisfaz a ele, Estado?

Com essa desculpa de que é necessário o Estado para corrigir “falhas de mercado” é que se geram as distorções no mercado e impede-se que os mais pobre tenham acesso a um serviço bom. Na ânsia por controlar tudo e ditar o que é bom ou não é bom, falando em promover acesso a bons serviços a todos, o que o Estado consegue é promover acesso a serviços ruins (pouco melhores que o SUS) e proibição de acesso a quaisquer serviços às pessoas de baixa renda.

Ainda há os impostos sobre medicamentos, serviços hospitalares e as operadoras, que afetam os preços. Os impostos diretos são 31,56% e os indiretos (contando apenas os serviços hospitalares, que pagam 28% de impostos e são responsáveis por 92% dos custos das operadoras) 30%.

Para um plano decente de um idoso, beirando os R$530 (em operadora especializada), com o fim da ANS o plano pode baixar em até 71%, caindo para R$153,70. Se “apenas” houver isenção de impostos diretos e sobre serviços clínicos e hospitalares, baixa-se 61,56% e ficará em R$203,73. Agora, se acabarmos com ambos, primeiro os custos baixam 71% indo o preço possivelmente a R$53,70, depois se retira os 61,56% de impostos. Temos um bom plano para idoso por R$59,08. E digamos que as operadoras queiram aproveitar para aumentar sua base de lucro, mesmo assim terão que oferecer preços baixos e aumentar a qualidade para serem competitivas e não falirem, por causa do aumento da concorrência.

Só o fim da intervenção estatal na saúde é capaz de promover acesso a bons serviços de saúde ao máximo de indivíduos.

Fontes:

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Roberto Barricelli

Roberto Barricelli

Assessor de Imprensa do Instituto Liberal e Diretor de Comunicação do Instituto Pela Justiça. Roberto Lacerda Barricelli é autor de blogs, jornalista, poeta e escritor. Paulistano, assumidamente Liberal, é voluntário na resistência às doutrinas coletivistas e autoritárias.

12 comentários em “Pelo fim da ANS

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    23/09/2014 em 5:26 pm
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    Roberto, você fez uma análise puramente teórica. Na prática a ANS está capturada pelos players do mercado regulado, veja todos os diretores que passaram pela ANS e que são/foram de operadoras de planos de saúde. Pergunte ao seu amigo, Sr. Bernardo Santoro, que já trabalhou por lá. Na prática é uma autorregulação do mercado, tendo em vista que o órgão diretivo da ANS sempre foi composto por gente do próprio mercado. Que sai da ANS e volta pro mercado, numa porta giratória.

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    23/09/2014 em 1:58 pm
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    Engraçado, por que será que nem todos os comentários estão sendo postados? Será que é por conta da desonestidade intelectual do autor, falta de capacidade de apresentação de contestação? Continuo aguardando uma resposta contundente: Se a ANS é tão desprezível e inútil o que o Sr. Bernardo Santoro, fez por lá por tanto tempo?!?!? Se ele é tão contrário a Adm Pública e a regulação federal, conforme apregoa este “instituto”, o que faz ele em uma universidade pública?!?!?! O que fez ele na ANS? Pelo visto foi mais um inútil que devido a sua incapacidade intelectual e produtiva se esconde atrás de “institutos”, “blogs” e afins enquanto mama nos recursos públicos

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    19/09/2014 em 12:34 pm
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    Eu ia fazer um comentário sério, mas ao rebater as pessoas com bom nível, já vi que o artigo é baseado em orelhada e isso aqui é uma palhaçada. Só para constar, Lula tratou-se no Sírio Libanês, não no Einstein…
    Se não vamos estudar, vamos, pelo menos, ler os jornais do dia???

    • Roberto Barricelli
      19/09/2014 em 8:32 pm
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      Lula se tratou no Einstein e fez acompanhamento no Sírio Libanês. Antes de falar em ler jornais, tenha a capacidade de pesquisar o que ocorre a sua volta. E continuo aguardando argumentos, até agora só teve ad hominem e retórica fraca. Me refutem, cadê os dados, argumentos, lógica, razão…? É só desonestidade intelectual ou é impotência mesmo?

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    18/09/2014 em 11:30 am
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    Um dos textos mais enviesados que li ultimamente, só dá para considerar com ironia… Provavelmente Canadá e Reino Unido, só pra citar 2 exemplos, estão bem atrasados por privilegiar um sistema de cobertura universal, com forte presença estatal. Tenho muita curiosidade de analisar os estudos que concluíram que a regulação exercida pelo Estado encarece em 71 % os planos de saúde; como chegaram a esse resultado ? Patético também é o raciocínio matemático: ora, se o plano de saúde aumenta 71 % e atinge o valor “x”, e no cenário liberal terá redução de 71 %, ele não alcança o valor original (alguém não tirou notas boas em matemática…). O serviço de saúde é uma mercadoria ? Na concepção do autor a saúde se resume a consultas e internações. Obviamente nunca ouviu falar em determinantes sociais, promoção em saúde, redes de atenção, outras questões que escapam de um mercado de livra concorrência. Por acaso já pesquisou a respeito de como era o mercado de saúde suplementar antes da regulamentação ? Como eram as cláusulas contratuais excludentes e restritivas ? Já ouviu falar em seleção de risco ? Bom, não vou prolongar muito esse comentário. Deixo de brinde um link fresquinho do NYT que aponta mais um exemplo de comportamento oportunista das empresas privadas de saúde para maximizar seus ganhos: http://www.nytimes.com/2014/09/18/upshot/how-insurers-are-finding-ways-to-shift-costs-to-the-sick.html?_r=0

    • Roberto Barricelli
      18/09/2014 em 11:05 pm
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      Canadá, aquele sistema que obriga os canadenses a irem para o Estados Unidos até para consultas? (2013 foram mais de 60 mil). O mesmo onde mais de 50% espera no mínimo 6 meses por procedimentos simples e que há filas enormes? O mesmo onde mais de 30% esperam no mínimo 4 horas por atendimentos de emergência e urgência?

      Inglaterra? A mesma que tem administração privada cuidando da saúde e que essa tal interferência estatal é uma baita falácia? Bacana, quem é o enviesado aqui?

      NY Times??? kkkkkkkkkkk Por que você não usa O Capital como fonte para falar de economia? rsrsrs

      Sim, pesquisei e a cobertura era superior a atual, pois quando você burramente fala “universal”, esquece de que o que conta mesmo é quantos indivíduos foram atendidos em suas necessidades. No Brasil menos de 40% consegue atendimento, em Hong Kong (só para exemplificar) é mais de 95%.

      Cara, sério, antes de vir comentar, ao menos busque algum conhecimento e embasamento, assim fica fácil demais rebater. Seleção de risco? Aquela que nos países com maior liberdade econômica é menor que no Brasil e similares? (Na moral, pesquisa antes e falar). Cláusulas excludentes? Que nem na Suíça né? Ops, não! Na Alemanha? Também não! Austrália, Singapura, Hong Kong? Não!

      Empresas privadas oportunistas para aumentar lucros? Ok, por isso Lula usou o Albert Einstein. Você prefere se tratar onde se precisar?

      Abraços

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        19/09/2014 em 9:01 am
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        Engraçado como esse “péssimo” sistema de saúde canadense tem melhores indicadores de saúde que os EUA.
        Obviamente, saúde não é um problema para quem tem dinheiro e aqui o conceito de equidade passa longe.
        Aliás cerca de 40 milhões de norte-americanos não tinham qualquer cobertura de saúde. Com o Affordable Care Act, o Estado deu uma mãozinha, subsidiou, regulou e esse número caiu para uns 25 milhões. Mas nenhum problema, né ? Quem pode paga e obtém acesso, quem não pode…
        Na Inglaterra o governo introduziu alguns elementos do setor privado no NHS, visando estimular a concorrência em um mercado interno, inclusive com a compra de serviços entre prestadores. Os resultados são controversos. Até mesmo o pagamento por performance demonstrou propiciar comportamentos que comprometem a qualidade dos serviços. Fato é que se você chega lá com um visto de trabalho ou de estudante faz a sua inscrição e tem atendimento gratuito.
        A sua querida Hong Kong tem fortes subsídios estatais tanto nos serviços de consultas quanto nas internações (algo em torno de 80 %). Então não são as benesses do livre mercado por si só que proporcionam acesso.
        Na Europa ? Pelo menos 60 % dos gastos em saúde são estatais. Um forte sistema de proteção social.
        Menos de 40 % consegue atendimento no Brasil ? Por favor disponibilize o link onde constam esses dados, gostaria de, humildemente, checar.
        Se as necessidades de saúde se resumissem a consultas e exames, como disponibilizam as maravilhosas clínicas em favelas cariocas tudo seria mais fácil.
        Agora, um bom plano de saúde para idosos por R$ 59,08, como você propõem, sem qualquer regulação do Estado…esse plano vai garantir o serviço na hora da cirurgia cardíaca ? Na hora da quimioterapia ? Na internação ?
        Bom, se vamos falar de “quem paga tem atendimento” e que se dane o resto, aí realmente deixa por conta do mercado que as empresas se organizam e incluem nos planos quem eles quiserem, pelo preço que quiserem cobrar, garantindo a cobertura do que quiserem disponibilizar, até quando for interessante manter esse usuário…
        Ah! E o que seria do “mercado”, das produtivas e eficientes empresas privadas, sem o cobertor de segurança do Estado ? Livrinho bom esse aqui: The Entrepreneurial State: Debunking Public vs. Private Myths in Risk and Innovation (Anthem Other Canon Economics)

    • Roberto Barricelli
      18/09/2014 em 11:07 pm
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      Depois pesquise sobre as clínicas populares nas favelas de Rio de Janeiro e São Paulo, cobrando entre R$40 e R$80 por diversos procedimentos de diversas especialidades e com ampla cobertura, dando acesso a saúde de qualidade aos mais pobres, sem nenhum apoio do Estado.

      Ah, esse capitalismo opressor. Tenho pena de você, sério!

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    18/09/2014 em 10:27 am
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    Engraçado! Se a ANS não serve para nada, porque coloca uma publicação da ANS como referência?

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    16/09/2014 em 4:40 pm
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    Muito interessante o texto, mas já que a pauta é saúde, na minha condição de médico me incomoda o uso da palavra “esquizofrênico” como adjetivo pejorativo. A esquizofrenia é uma doença mental (ou um grupo delas) a qual estamos todos sujeitos, e existem milhares de indivíduos produtivos no mundo todo lutando contra ela. Portanto, acho uma injustiça e de certa forma uma atitude preconceituosa usar esse termo com o sentido atribuído a ele no texto. No mais, me inclino muito às idéias do site, mas gostaria de apontar uma a qual acho perigosa no texto. No parágrafo 6, me parece que a questão da saúde é abordada como se fosse uma mercadoria. Especialmente com essa frase: “Ninguém é capaz de definir quais são as minhas prioridades melhor do que eu”. Acho que em saúde, essa frase se aplica apenas em parte. Explico. Na verdade, sabemos que as ações preventivas em saúde são muito mais eficazes e econômicas de forma geral do que as terapêuticas e as curativas. Dessa forma, garantir saúde para as pessoas não é simplesmente deixar as pessoas livres para irem ao médico que quiserem, quando quiserem. Mas é também conseguir intervir em fatores de risco e doenças silenciosas, assintomáticas e de curso insidioso como a hipertensão arterial primária, que culmina em doenças graves e de caríssimo custo, por exemplo, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral, ambas condições que, caso o doente sobreviva, precisará de tratamento caro para o resto da vida, além de gastos com internação em UTI, etc. Por consequência, nesse caso, é sem dúvida interessante ser intervencionista no sentido de abordar fatores de risco para essas doenças, e não simplesmente deixar as pessoas consultarem quando e como quiserem em qual médico quiserem, porque quando elas apresentam o sintoma, pode ser tarde demais.

    • Roberto Barricelli
      16/09/2014 em 7:12 pm
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      O serviço de saúde é uma mercadoria. Para manter-se saudável é necessário investir, seja tempo, capital, atenção, etc.

      Desculpe, mas não sou politicamente correto ao ponto de evitar usar esquizofrênico como algo ruim. Pergunte a uma pessoa esquizofrênica se ela prefere não ser esquizofrênica, caso o “nível” de esquizofrenia permita a ela uma resposta racional.

      Não é interessante ser intervencionista, pois essas pessoas tem o direito de não querer ir ao médico. É uma idiotice? Sim. Mas as pessoas tem o direito de serem idiotas, neste caso, não seria um preconceito com os idiotas impedir eles de sê-lo, de acordo com a própria lógica do “esquizofrênico”? Quem deve promover a saúde do indivíduo é ele próprio e se não priorizar isso, não fizer poupança, não quiser ter um plano de saúde, nem ir ao médico, etc, quem sou eu para obrigá-lo a tal? Um ditador? Um Hitler? Um Stalin?

      Ora, os indivíduos que devem priorizar ou não sua saúde. Não por acaso, os países com maior liberdade econômica são os que gozam dos serviços mais baratos, melhores e com maior cobertura, que possibilita não apenas que pessoas que necessitam de tratamento “eterno” o consigam, como também surjam diversas iniciativas de caridade privada.

      Enfim, por que não deixar as pessoas consultarem o médico quando quiserem e o que quiserem? Você é a favor de obrigar as pessoas a se consultarem com o médico quando você achar que devem? Através de qual critério? Com qual direito? Ora, então, se um advogado quiser decidir quando você deve procurá-lo, ou um professor quando e quem você deve procurar para ter aulas, no momento que eles bem entenderem, tudo bem? Você aceita? Bem, se aceitar, ok, ao menos é coerente, mas não lhe dará o direito de querer decidir pelos que não aceitarem isso.

      Abraços

      Roberto

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        17/09/2014 em 2:27 pm
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        Bom, em relação à esquizofrenia, deixa pra lá, é uma opção tua usar esse termo de forma equivocada. Agora pro próximo assunto, interessante teu ponto de vista. Mas também é um pouco radical demais.. Veja, não se trata de obrigar as pessoas a nada. Mas as pessoas não tem conhecimento médico suficiente pra, em muitas situações, sequer saberem que estão em risco de adoecer. Não precisamos ficar nessa dicotomia entre obrigar o indivíduo a procurar o sistema de saúde e deixá-lo se ferrar na própria ignorância. Se não fossem as vacinas disponíveis no SUS, teríamos uma taxa de mortalidade infantil pior do que a de cuba ou coréia do norte… E existe uma diferença brutal no custo das ações preventivas e curativas. Então não se trata de obrigar, mas é mais custo-efetivo prevenir do que remediar. Verifique como funciona os sistemas de saúde dos países desenvolvidos, e me diga se eles se baseiam em ações preventivas ou curativas…

Fechado para comentários.

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