Lei e ordem [março / 2012]*
ARTHUR CHAGAS DINIZ**
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A greve dos caminhoneiros que abastecem de combustíveis a rede de postos de gasolina de São Paulo tem, certamente, motivações que extravasam o desagrado pela limitação de horários, estabelecida pela prefeitura. O tráfego de grandes caminhões em horário de circulação densa de automóveis e ônibus cria enormes dificuldades para o escoamento do centro para a periferia e vice-versa. A suspensão da entrega de combustíveis, ontem, criou escassez em todos os postos e o disponível nos tanques passou a ser comercializado a preços muito mais altos que os habituais. Naturalmente, o preço da gasolina foi o mais afetado.
Acho difícil separar a decisão do sindicato – que impediu caminhoneiros dissidentes – da posição política do prefeito. Gilberto Kassab, que fundou o PSD, caminhava, a passos largos, para negociar apoio ao PT de São Paulo e, de maneira especial, reforçar em muito a candidatura do neófito Fernando Haddad. Lulla, que já inventara e impusera Dilma Rousseff ao PT, está tentando repetir a façanha com a capital de São Paulo, onde o PSDB ainda é representativo.
Não se sabe, com precisão, se a saúde de Lulla permitirá que ele se engaje, presencialmente, na campanha de Haddad. Esta greve, já desautorizada pela Justiça, é, certamente, parte do xadrez político de São Paulo. A entrada de Serra obriga Lulla a se movimentar além do que os médicos que dele tratam gostariam.
Mas há lei e os caminhoneiros precisam ajudar a preservar a ordem.
**PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
* N.E. Leia também “Lei e ordem“, do mesmo autor, de 09.09.10