fbpx

Intervencionismo é a fórmula para a catástrofe

Print Friendly, PDF & Email

Os analistas especialistas têm alertado para uma catástrofe próxima no setor de alimentos. As razões elencadas são as mais aludidas nos últimos tempos: a pandemia da Covid-19 (fecha tudo, mas é para o “seu bem”) e a guerra na Ucrânia.

Esse desastre é, portanto, mundial, significando a escassez de alimentos e o correspondente aumento de preços.

Sem dúvida, a terrível catástrofe é factível a partir dos eventos presentes; porém, no Brasil, tal calamidade vem de longa data; de novidade tem pouca coisa.

O motivo dessa calamidade verde-amarela é justamente aquela abstração que uma parcela da população vê como a solução para todos os problemas econômicos e sociais, ou seja, o governo. O governo, por meio de seus burocratas, intervém nos mercados, com leis, com regulamentações, burocracia e uma miríade de exigências para se comprar, produzir, vender e entregar produtos.

O Brasil é um país extremamente fechado, uma legítima fechadura, que impede e/ou torna uma tarefa herculana para os agentes privados importarem alimentos e outros produtos. Existe uma série de regulamentos de agências estatais, tais como a vigilância sanitária, e outras entidades públicas das áreas da saúde e da agricultura, exigindo procedimentos absurdos, especialmente administrativos, que, ao cabo, limitam a compra de alimentos de fornecedores estrangeiros. Desnecessário falar na adição de tempo e de custos.

A proibição de importação, ou os altos tributos do imposto de importação, acabam fazendo com que os preços no mercado brasileiro sejam altos e, agora, ainda mais altos. Essa fechadura tupiniquim beneficia as grandes corporações, que atuam fortemente com lobbies, obstaculizando a existência de novos competidores nos mercados, de inovações e de preços mais baixos.

Embora um segmento da sociedade acredite que o governo é a solução para os seus problemas, e assim deseje mais Estado, mais intervencionismo, materializado por introvertidas políticas nacional-desenvolvimentistas, o país somente impulsionará um maior bem-estar para os brasileiros, com mais inovação e com preços mais baixos, aumentando a competição.

É urgente revisar e eliminar a burocracia governamental, e uma série de órgãos estatais, que certamente pode desaparecer, tanto no setor de alimentos como também em muitos outros segmentos. O lamentável é constatar que, com a peste virulenta, foram criadas ainda mais regulamentações a pretexto dos burocratas estatais “zelarem pela vida das pessoas”, contudo, o que verdadeiramente aconteceu foi a vergonhosa redução da liberdade e dos direitos dos cidadãos.

Parece irônico que, quando do ápice da Covid-19, segundo os especialistas, os governos afrouxaram regulamentos e exigências a fim de tornarem as transações mais rápidas e ágeis, comprovando que muitas das intromissões governamentais são completamente contraproducentes.

Evidente que o comportamento submisso dos habitantes da terra brasilis foi forjado pelas “elites” do estande nacional, para que pudessem manobrar e manter um ambiente propício para exploração via políticas de “rent-seeking”. Por outro lado, há um segmento da população, uma elite que busca poder e influência e, dessa forma, quer o Estado grande, e aqueles desprovidos de maior discernimento que creem no maná e no pensamento mágico; ambos desejam mais intervencionismo do Estado “salvador”.

No nosso país tropical, já vivenciamos uma catástrofe nos alimentos, no setor automotivo, no setor energético, enfim, a calamidade da escassez de competição e de inovação.

Não, o Estado não é o redentor, ele não deveria intervir pesadamente e limitar o livre mercado. Ao invés disso, deveria capacitar as pessoas, incentivando os indivíduos e as empresas, e dando a liberdade e a oportunidade de elas explorarem suas capacidades e criatividade para criarem mais valor. O melhor motor para o crescimento econômico e social, benéfico para o setor de alimentos e tantos outros, é deixar a concorrência prosperar, removendo regulamentos esdrúxulos e contraproducentes.

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

Pular para o conteúdo