Esquerda ou Direita?
LIGIA FILGUEIRAS*
Você já deve ter se deparado com essa pergunta, se não explicitamente, em circunstâncias ou comentários em que se viu obrigado(a) a tomar uma posição. Como ser de “esquerda” tornou-se moda, e soou muito mais charmoso durante toda uma geração, muitos acabaram declarando-se a favor de ideias/políticas de esquerda, sem se preocupar em fazer uma escolha consciente. Ser de esquerda era um eufemismo para “comunista” ou “socialista”.
Outros, mesmo constrangidos – porque o constrangimento é uma tática dos estrategistas de esquerda (se você não está comigo, você é contra mim!), passaram a se indagar: “que diabo sou, afinal?”. Em não sendo de esquerda, sou de direita. E o que é ser de “direita”? Na época dos governos militares, significava endossar práticas de tortura (reais ou não) e outras agressões à liberdade civil, segundo os esquerdistas faziam crer. Mesmo que sua preferência fosse pelo progresso e ordem que o País estava vivendo naquela ocasião.
Em algumas áreas de atividade profissional, a pergunta podia ser relegada a segundo plano. Em outras, persistia a questão e a dúvida. Você era obrigado(a) a se posicionar.
A origem da rotulação esquerda x direita já foi abordada em diversos textos. O Instituto Liberal tem, em seu acervo, um livro de Murray Rothbard¹ que trata dessa questão. Na Wikipédia você pode ler:
“A origem dos termos remonta à Revolução Francesa, onde os membros do Terceiro Estado se sentavam à direita do rei enquanto os do clero e da nobreza se sentavam à esquerda. Os mais radicais, que normalmente eram contra as decisões, ficaram conhecidos como a esquerda enquanto os favoráveis às decisões eram os de direita.”
Mas para encurtar o caminho dos que não querem se dar ao trabalho de tanta leitura, o libertário² norte-americano David Nolan criou um diagrama em que você verá que entre esquerda e direita há mais escolhas do que pode imaginar nossa vã filosofia. A partir de perguntas a respeito de suas preferências políticas e econômicas, o diagrama define um ponto que revela sua posição – talvez nem de esquerda nem de direita; talvez mais próxima dos libertários ou dos conservadores.
O diagrama de Nolan já teve uma versão feita pelo Instituto Liberal do Rio e agora surge numa versão atualizada do original no site Estudantes pela Liberdade.
Experimente, veja seu resultado e comente aqui no ILBlog,
O link para o diagrama está em:
http://nolan.estudantespelaliberdade.com.br/
* JORNALISTA, Editora do IL
¹ Saiba mais sobre Murray Rothbard
² Nos EUA o termo “libertário” (libertarian, em inglês) substituiu o termo “liberal”, manipulado pela esquerda em favor de sua causa, tomando como alavanca o conceito historicamente mais precioso à sociedade americana, o da defesa da liberdade. Liberal, nos EUA, hoje, significa aquele que defende a liberdade de expressão, mas aceita a intervenção do governo no campo econômico, especialmente quando favorece “causas sociais”.