A eminência parda brasileira
Na França de Luís XIII, o rei não entendia nem gostava de política. Sendo assim, quem mandava mesmo era o cardeal Richelieu.
Mas alguns historiadores dizem que o mencionado cardeal não dava nem um espirro sem consultar um tal de Père Joseph (Padre José).
Quem foi ele? Um obscuro padreco do baixo clero, a verdadeira eminência parda de Luís XIII!! E no Brasil no século XX?
Dizem que a eminência parda de Lula era o Zé Dirceu, mas só até o momento em que ele não havia sido indiciado como réu do Mensalão.
Quando seu filme queimou, Lula passou a fingir que Zé Dirceu era apenas mais um funcionário de seu governo.
Na realidade, o Zé Dirceu foi o ex-futuro Presidente do Brasil. Este tinha sido o desejo de Lula frustrado pela “inconveniência” do Procurador-Geral da República e pela “petulância” de Joaquim Barbosa enquanto relator do processo.
Não contando mais com seu candidato preferido, Lula foi obrigado a escolher um “poste” para ser eleito, graças ao seu poderoso carisma e sua poderosa verve de Cícero de Garanhuns.
Chegou mesmo ao ponto de dizer para os eleitores: “Se vocês virem o nome da Dilma na telinha, façam de conta que é o meu e apertem a tecla da máquina”.
Não importa Dilma ser disléxica e dar vexames em todos os discursos de improviso, não importa ela não saber administrar nem uma lojinha de souvenirs. Nada disso nem mais alguma outra coisa importam.
O que importa é o pupeteiro que mexe as cordinhas fazendo Dilma entrar em ação. E Lula, fingindo-se de morto, faz Dilma falar, assinar decretos, fazer discursos e tudo o mais.
Anda circulando pela Internet a seguinte piadinha:
“Na Venezuela, quem manda é um morto. Em Cuba, quem manda é um “morto-vivo” [El Coma Andante]. Na Argentina, quem manda é a viúva de um morto e no Brasil quem manda é aquele que se finge de morto”
No entanto, no que se refere ao Brasil, há quem diga que, se no começo foi assim, há tempos que não é mais.
Enchendo-se de gás, Dilma adquiriu vida própria, assim como o homem composto de vários cadáveres pelo Dr. Frankenstein adquiriu vida e acabou ficando conhecido pelo nome de seu criador.
Basta comparar os dois ruins desgovernos de Lula com o péssimo desgoverno da Governanta.
[”Presidenta” não existe em nenhum dicionário, só existe por decreto do Planalto].
Palocci deixou o comando da economia suspeito de corrupção, mas a bem da verdade não deixou a economia sair dos trilhos.
Ele era médico, mas manteve a inflação sob controle e não fez nenhuma extravagância financeira.
Mantega é economista, mas sob seu comando a economia adquiriu graves doenças.
Há momentos em que se tem a impressão de que Dilma resolveu romper as cordinhas que a prendiam ao pupeteiro, adquiriu movimentos próprios e desatou a fazer besteiras por sua conta e risco.
E tanto é assim que ela não experimenta acerbas críticas somente da oposição, mas também de grande parte de seu partido e seus aliados.
Há mesmo no cenário político um novo “queremismo” enfeixado pelo lema: volta Lula, volta!
Apesar desses clamores, Lula já declarou várias vezes que não é candidato em 2014. E acho que, ao menos desta vez, ele não está mentindo.
Afinal de contas, isso seria um sinal de que sua escolhida teria feito um péssimo governo, o que pegaria muito mal para quem a escolheu.
Quanto às desavenças entre o criador e a criada, tanto Lula como Dilma negam haver uma incompatibilidade de estilos de governança.
Mas salta aos olhos que há uma forte incompatibilidade entre ambos.
No entanto, o povo brasileiro continua mesmerizado e confiante no PT. De acordo com as últimas pesquisas, Dilma ganha no primeiro turno. Inacreditável!
Não podemos deixar de levar isso em consideração, mas isso não é motivo para que não votemos num candidato da oposição.
Qual deles? O que, no momento oportuno, tiver mais chances de ganhar a eleição.
IMAGEM: WIKIPÉDIA