Filhos do democratismo
Os brasileiros vivem tempos de democratismo. O salvador deles é hoje o representante dos descamisados, Lula, e sua patota de petistas amestrados, incluindo-se, entre eles, a atual presidente Dilma, seguidora fiel das ordens lulistas.
Como o governo do PT é inepto (nos aspectos econômico, político, cultural e social) e dá provas de que não se corrige (já se passaram onze longos anos de inépcia e de slogans revolucionários), os descamisados decidiram praticar o que Ortega chamou de “ação direta”. Bandos de homens armados se multiplicaram em todos os lugares (como na Colômbia, quando os tradicionais cartéis de droga foram derrotados no final do século passado). Os “justiceiros” e bandidos (pistoleiros contratados) matam à luz do dia os acusados de crimes e estes atos de barbárie são filmados e divulgados pelas redes sociais. Tudo é válido se for para os marginalizados e contra as elites burguesas.
O curioso neste caso é que tanto Lula quanto sua patota de petistas no poder já são riquíssimos. E ainda continuam dizendo que a culpa é dos ricos. Imagino que foi o que aconteceu na Revolução Francesa. De tanto incitar a população contra as elites, os membros do escalão que dirigia a louca República que foi parida pela Revolução de 1789 se esqueceram de que eles também faziam parte da elite. E a guilhotina se voltou contra eles e os decapitou. Morreram no cadafalso iluminista Danton, Robespierre, Saint-Just e até o próprio doutor Guillotin, que inventou a famosa maquininha.
O que está acontecendo na Venezuela, onde o sucessor de Chávez parece que vai levar às últimas consequências sua condição de messias dos “de baixo”, ilustra bem a loucura desse empreendimento soteriológico. Maduro cairá de maduro porque está convencido de que a Vontade Geral encarnou-se nele e que, como seu mestre, o falecido coronel Chávez, deve salvar os explorados. Não é necessário que um passarinho, encarnação de Chávez, lhe diga. Ele está convencido de que é o salvador da pátria. Os cubanos estão esfregando as mãos com tanta disposição porque a Venezuela continuará a financiar a quebrada economia da ilha, enquanto houver em Caracas alguém disposto a salvar os despossuídos.
Coisas da louca razão humana. Vão explicar isso aos petistas e a seus semelhantes bolivarianos nesta agitada América Latina em que nos coube viver.
Tradução/adaptação Ligia Filgueiras
Artigo na íntegra no blog do autor: “Hijos del democratismo“.
fonte da imagem: wikipédia