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Os novos ludistas e o intervencionismo estatal

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Por natureza, associo-me mais aos céticos do que aos otimistas. Nestes “novos tempos modernos”, otimismo exacerbado é característica marcante de sinalizadores de virtude e, imagino, porta aberta para triviais retóricas, platitudes e decepções.

No entanto, sou adepto daqueles que comungam de uma visão positiva quanto ao progresso, por meio da destruição criativa, e da respectiva engenhosidade e liberdade das pessoas para conceberem novas ideias e soluções inovadoras.

Acredito na capacidade inventiva dos indivíduos, ao contrário dos profetas do pessimismo e adoradores de capatazes. Ao longo da história, mensageiros do apocalipse – que lucram com suas profecias -, opuseram-se aos avanços tecnológicos, em nome da preservação de empregos, do desastre ambiental, do combate à fome, entre outras tragédias anunciadas.

Nesse mundo de puros desejos, dos direitos ilimitados descolados de deveres, os ludistas contemporâneos são pródigos. No século XIX, com a Revolução Industrial, trabalhadores destruíam máquinas que iriam, supostamente, substituir a mão de obra humana, gerando desemprego e miséria. Numa análise retrospectiva racional, é singelo constatar o avanço das inovações e do correspondente progresso das condições de vida dos sujeitos.

Não existe nada que seja perfeito. Sempre haverá questões complexas e dilemas a superar. Não obstante, o avanço das tecnologias da informação, da IA, enfim, gerenciadas por humanos do bem – evidente que a maldade está entre nós -, agregará muito mais valor à vida dos cidadãos, em nível quanti e qualitativo, de soluções melhores e mais baratas, de liberdades e, similarmente, do tão propalado tema do emprego – para alguns desemprego.

Muitos que se autoproclamam especialistas afirmam que o avanço tecnológico impulsionou as desigualdades sociais. Sim, dependendo do tipo de emprego/atividade; contudo, diminuiu, enormemente, o mais importante: a pobreza.

Esses especialistas alertam para o quase sempre inimigo mortal, o vilão mercado, referenciando a importância – a meu juízo, maléfica – do intervencionismo do grande pai soberano Estado. Os supremos agentes estatais, ao estilo pavloviano, salivam entre os dentes afiados a cada oportunidade de ingerirem e comandarem a vida das pessoas.

A história se repete e, mais uma vez, emerge uma visão míope, desconsiderando o fato de que são os indivíduos, livres para pensar, para criar novas soluções, para inovar e para estabelecer relacionamentos colaborativos espontâneos e voluntários, tentando e aperfeiçoamento tais inovações e suas arestas, os genuínos responsáveis pela construção do futuro e da prosperidade para todos.

Novamente, a história factual comprova que o intervencionismo do “pai salvador” é quase sempre o problema, não a solução. A narrativa estatal para interferir e controlar vincula-se ao grande poder do oligopólio das grandes corporações tecnológicas.

No meu sentir, as gigantes tecnológicas atuaram na direção da descentralização da informação e do poder, e não o contrário, como muitos pressupõem. Sou ainda um sujeito, digamos, analógico. Semanas atrás participei de um treinamento sobre novas ferramentas de IA, completamente “democráticas”, de código aberto, que geram oportunidades reais para todos, pessoas e empresas. Não, mais uma vez, não estamos falando de um jogo de soma zero!

Um trivial questionamento: a “verdade” não se encontrava monopolizada? Eles, de verdade, acobertam e/ou desconhecem que o surgimento de um oligopólio ocorre por meio de um processo natural, ou seja, essas empresas inovaram e lograram satisfazer – melhor – aos desejos e às necessidades de clientes/consumidores. Simples assim.

Ludistas “progressistas” não enxergam o óbvio: tecnologias inovadoras impactaram no desaparecimento de negócios ultrapassados, entretanto, criaram novos setores e empregos, inclusive, mais bem remunerados.

Criadores de riqueza investiram, inovaram, empregaram, treinaram seus funcionários e criaram soluções para as pessoas e, portanto, para a sociedade. Eu chamo isso de progresso compartilhado. É assim que se faz.

Evidente que a destruição criativa, como o próprio nome do processo diz, destrói o antigo, já não tão produtivo, e gera novos setores e soluções mais produtivas. A soberania do consumidor sabe julgar o efetivo “incremento de produtividade”. Considerando-se todos os eventuais ônus do processo, a vida da pessoas ficou mais produtiva, fácil, legal, mais barata, mais conveniente…

Rejeitando-se a corrupção da verdade, as tecnologias inovadoras, comprovadamente, agiram pragmaticamente na geração de novos e diferentes tipos de empregos e empregabilidade, no desenvolvimento de novas fontes de energia, sobretudo, verdes, renováveis, e num aumento brutal da produção de alimentos para saciar a fome global. Desacredite dos pessimistas profetas do apocalipse. E eles são muitos.

Nos mercados livres, indivíduos dotados de liberdades individuais, para pensar, inovar e criar novas e melhores soluções para as pessoas, são aqueles que, de fato, materializam o verdadeiro progresso para todos.

São pessoas e empresas que investem, criam coisas novas, empregam e geram renda, riqueza e mais prosperidade. Os ludistas “progressistas” estão propositalmente tapados. Mais regulação é a receita infalível para o fracasso – de todos.
As novas tecnologias não redundarão no “fim do mundo”, em mais desemprego e na catástrofe ambiental.

Nada disso. Produzirão mais liberdades, descentralização do poder, novos e distintos empregos e, de maneira derradeira, elas irão auxiliar na melhoria do mundo. Sinteticamente, maior prosperidade.

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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