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Deixem o mercado cuidar disso

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JOÃO LUIZ MAUAD*

Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), divulgado recentemente, mostra que os empréstimos do BNDES, no primeiro semestre de 2013, representaram nada menos que 20,6% do total de investimentos do país, contra pouco mais de 13% em todo o ano de 2012.

Não importa quantos bilhões já tenham sido jogados no lixo para financiar campeões nacionais que acabaram mal – OGX, Friboi, LBR, Oi, etc., são apenas alguns exemplos recentes -, o PT continua apostando todas as fichas na velha ideologia do “governo como indutor do desenvolvimento”.

Enquanto isso, por conta de um ambiente econômico que inibe o investimento privado, com destaque para infraestrutura precária, excesso de regulação, desrespeito sistemático aos contratos, falta de zelo pelos direitos de propriedade, burocracia asfixiante e ineficiente, insegurança jurídica, protecionismo exacerbado, etc. o país continua perdendo competitividade e obtendo índices de crescimento bem abaixo da média dos países em desenvolvimento.

Sempre que o governo, no lugar de zelar pela manutenção de um ambiente econômico atrativo aos investimentos, resolve interferir na dinâmica dos mercados, escolhendo campeões ou impondo à sociedade seus extravagantes “planos estratégicos” e “políticas industriais”, a economia perde um pouco da eficiência.

Esses projetos ambiciosos costumam falhar, basicamente, porque os mercados se tornaram tão complexos que é absolutamente impossível predizer o resultado de bilhões de transações individuais, bem como os impulsos que geram as decisões e interações que culminam nestas transações.  Para que alguém pudesse prever com alguma precisão o comportamento dos mercados, seria necessário conhecer cada pequena informação, dispersa de forma assimétrica entre milhões de pessoas.

É o “termômetro” dos preços que leva o mercado a estar continuamente se ajustando, em resposta às alterações da oferta e da demanda, de forma que cada empresa/profissional esteja sempre buscando maximizar seus lucros ou, de modo inverso, minimizar suas perdas.  Essa é a maneira pela qual se assegura que cada processo produtivo seja planejado e gerenciado de modo que acabe colaborando para melhorar a eficiência do sistema como um todo.

Por sua própria natureza, o intervencionismo inibe o interesse privado pelo planejamento, que é substituído pela planificação, executada por arrogantes burocratas, sob a absurda e virtualmente perturbada crença de que seus cérebros “especialíssimos” poderiam alcançar a onisciência e a onipresença de um Deus.  Como resultado, o planejamento difuso do mercado dá lugar à concentração de poder, à ineficiência, ao desperdício de recursos escassos, aos privilégios de toda sorte e à corrupção.

Os dirigistas costumam argumentar que os liberais, ao pregar soluções exclusivamente de mercado, são simplistas e idealistas. Afinal, problemas complexos exigem soluções complexas.  Como nos lembra Don Boudreaux, entretanto, ao contrário do que possa parecer, quando dizemos “deixem o mercado cuidar disso”, estamos propondo exatamente a alternativa mais complexa.  Estamos sugerindo que só a sabedoria e as informações espalhadas entre milhões de indivíduos são capazes de, interagindo entre si, encontrar as soluções mais eficazes.

*ADMINISTRADOR DE EMPRESAS E DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL

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