fbpx

A carga tributária é sim coisa de outro mundo

Print Friendly, PDF & Email

etRecebi hoje uma reportagem com a entrevista do prof. Paulo Barros de Carvalho, um dos mais importantes tributaristas do Brasil, ao site da Tribuna do Norte.

Entre outros comentários, destaco duas afirmações do professor:

“Eu entendo que o sistema, como máquina, como estrutura, tem funcionado admiravelmente bem, tanto assim que o governo bate a cada período de apuração os recordes  de períodos anteriores. Quer dizer, o sistema de arrecadação é muito bom, as medidas novas que o governo quer tomar são facilitadas pelo sistema.”

Eu discordo. Na própria reportagem, o professor comenta que o sonegômetro dos procuradores da receita fechou o ano passado com meio trilhão de reais em tributos sonegados.  Se o certo, pela lei, seria o governo arrecadar 1,5 trilhão, e só arrecada 1,0, ou seja, 66,6% do que a lei manda, não sei onde está a eficiência disso, seja para o bem ou para o mal.

Portanto, a máquina tributária federal, além de imoral, também é ineficiente, e nesse caso para sorte do brasileiros. E como ensina o meu amigo, prof. Cristiano Rosa de Carvalho, o problema não é apenas a carga tributária, mas o quão difícil é conhecer, compreender e cumprir com as regras tributárias. Conseguir trabalhar dentro da burocracia tributária gera um imenso custo para as empresas.

“A carga tributária do país está numa posição bem cômoda na lista dos países tributaristas. Não é nada do outro mundo. Há muitos países com carga tributária maior.”

Isso também não é verdade. O Brasil é o país com maior carga tributária entre os países emergentes, ou seja, entre aqueles que ainda deveriam estar se preocupando mais com crescimento. O Brasil simplesmente não produz riqueza suficiente para suportar essa carga tributária, e o custo Brasil citado pelo professor apenas piora esse quadro.

Se, assim como diz o professor, é impossível se fazer uma reforma tributária com imposto único, onde o custo de transação tributária tenderia a zero, alguma outra reforma mais profunda deve ser feita. A pior postura para o futuro do Brasil é a que defende a manutenção dessa loucura cujos custos incidem proporcionalmente mais no bolso dos pobres que dos ricos.

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Bernardo Santoro

Bernardo Santoro

Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

Um comentário em “A carga tributária é sim coisa de outro mundo

  • Avatar
    21/01/2014 em 5:44 pm
    Permalink

    Você esqueceu de falar de outros dois pontos chave da carga tributária no Brasil: ela é muito mais pesada que nos demais países desenvolvidos e emergentes no quesito impostos sobre serviços e mercadoria; no caso dos impostos sobre renda, pesa muito mais sobre a renda do trabalhador que sobre a renda financeira, seja dividendos ou juros. Isso contribui tanto para a tão falada desigualdade social, quanto para impedir ou atrasar o progresso dos mais pobres. No meu entender, o real salário do trabalhador, é quanto o empregador gasta com ele, isto é, o salário nominal mais um encargo de 128% sobre esse salário. Isso significa que só de início o governo leva 67% do salário do cara( mais ou menos, pois tem encargos, com VT e VR que são do trabalhador), fora os demais descontos em cima do nominal. Isso precisa ser divulgado, pois quando se fala na carga tributária, os idiotas úteis pensam logo que nós liberais queremos beneficiar os empresários, quando os maiores interessados são a população comum.

Fechado para comentários.

Pular para o conteúdo