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Pão e circo: anestesia coletiva

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panis et circenses

Quando Fernando Henrique Cardoso – que nunca foi liberal, diga-se de passagem – deixou a presidência da república, o Brasil estava no número 58 do Ranking de Liberdade Econômica da Heritage Foudation. Hoje, após cerca de 10 anos do Partido dos Trabalhadores no poder, despencamos para o número 114. É uma queda dramática, refletida em uma situação perigosíssima na economia e em uma destruição, gradativa, das instituições republicanas.

Por muito tempo, Paulo Francis dizia que Lula era o candidato crônico à presidência. Pois bem. Um dia o sonho dos esquerdosos se materializou, e, com isso, fomos perdendo paulatinamente nossa liberdade. Com programas sociais que entregaram o “pão” e incentivos pseudo-culturais que forneceram o “circo”, o partido se perpetuou no poder e pôs em pratica sua estratégia centralizadora e autoritária.

Some-se a isso um feroz capitalismo de Estado e temos a receita certeira para a catástrofe. Um país não cresce com um mercado que vive uma relação promíscua com o Estado. Um país não cresce sem liberdade econômica que permita igualdade de condições para a competição. Um pais não cresce sem educação básica, despolitizada, sem doutrinação e que gere verdadeiros cidadãos capazes de pensar por si próprios. Um país não cresce, dentre outras questões, sem o respeito à propriedade privada.

O relativismo ético e moral que tomou conta do Brasil nos últimos anos é responsável pelo caos em que vivemos. As pessoas vão às ruas se manifestar sem objetivo. Parece que todos estavam confortavelmente anestesiados com, e.g., bolsa família e bolsa Miami, e não se deram conta de que nossa liberdade descia gradativamente pelo ralo. Quando “despertaram”, brevemente, do estado de torpor, não entenderam nada. Pudera, ninguém enxergou o que estava acontecendo! Adormeceram com um país em 58 no índice de grau de liberdade econômica e acordaram com ele em 114.

Chato esse pessoal que falava de política nessa época. Um bando de recalcados que queriam “cortar a onda” da anestesia coletiva. Não sabem se divertir, não sabem curtir a vida e ficam vendo pelo em casca de ovo. Pois é, o problema é que essa turma não estava anestesiada. Todos, bem acordados, viam os sinais do desastre anunciado. Tentavam, insolitamente, acordar os demais sem sucesso. Deu no que deu.

Agora as pessoas começam a “tomar pé” da situação. Mas, aparentemente, já é tarde. Teremos um ano de mais pão e circo, com carnaval, copa do mundo, e, ao final, as famigeradas eleições. Coisa chata essa tal de eleição, vem para cortar o barato de todos. Bom, o cenário é negro. Ninguém quer pensar, meditar ou debater. Não será surpresa se, ao final de 2015 estivermos próximos a Cuba e Coreia do Norte, no final do ranking de liberdade, lá pelos números 177 e 178.    

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Leonardo Correa

Leonardo Correa

Advogado e LLM pela University of Pennsylvania, articulista no Instituto Liberal.

2 comentários em “Pão e circo: anestesia coletiva

  • Avatar
    22/01/2014 em 3:10 pm
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    Obrigado, Carvalho. Sintetizar o pensamento é mais difícil que escrever uma centena de laudas. O texto é um desabafo. A omissão dos formadores de opinião também é causa da nossa catástrofe atual.

  • Avatar
    22/01/2014 em 10:13 am
    Permalink

    A frase de abertura é assustadora…de 58 para 114 no ranking…parabéns pelo texto conciso e direto ao ponto.

Fechado para comentários.

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