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A esquerda quer reescrever a lei?

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Há quem nos acuse de arrogância ou de falta de urbanidade quando empregamos palavras duras e enfáticas perante a baixeza moral alheia. Diante da óbvia canalhice, por exemplo, de um mentiroso como o ex-presidente Lula, dar às coisas o nome que têm e apontar gestos dignos de um canalha é visto como passar dos limites, mesmo que isso seja feito para desnudar a verdade perante uma gente anestesiada.

São críticos que se escandalizariam, por exemplo, com as menções de Jesus Cristo nos Evangelhos aos fariseus, a quem se referia como “raça de víboras”, “hipócritas” e “sepulcros caiados”. De todo modo, o que realmente me escandaliza é que, diante de expressões da mais absoluta barbárie por parte daqueles que operam em um campo político à esquerda, esses mesmos adestrados pelo politicamente correto não se aturdem. As mais vis ameaças ao juiz Sérgio Moro, aos procuradores da Lava Jato, à Polícia Federal e, pasmem, à população brasileira, são solenemente ignoradas.

Já não é de hoje que os “movimentos sociais” e os blogs de esquerda, para proteger seu ícone decaído, grasnam todo tipo de ameaça ao povo brasileiro, como que a pretender fazer de todo cidadão de bem um refém de seu terrorismo bravateiro. Já vimos colunistas falando em “tocar fogo no país”, em que “não sabem com quem estão se metendo”, como o valentão empinado, estufando o peito, na briga do colégio. Já vimos o chefe da CUT (Central Única dos Trabalhadores, quer dizer, dos Vagabundos) exclamar na Avenida Paulista: “Nós vamos nos livrar de Moro”.

Mentiras deslavadas, como a de que o procurador Deltan Dallagnol teria dito que não tinha provas de suas afirmações, mas apenas convicção – palavras que não foram ditas em momento algum na coletiva em que apontou Lula como o coração do esquema criminoso de poder, mas horas depois de sua realização já abundavam nas mídias sociais – e analogias tristemente hilárias como a de Wadih Damous (que insinuou que Moro se assemelha ao DOI-CODI, tem traços de “sociopata” e age no comando de uma “polícia política” contra Lula e seus asseclas), isso nem se conta.

A última foi a declaração do possível candidato à presidência da República, Ciro Gomes. O falastrão coronel do Ceará nascido em Pindamonhangaba, um dinossauro da política a quem hoje a esquerda paradoxalmente tenta recorrer com ares de novidade, desafiou explicitamente a lei. Bradou: “O Moro que mande me prender, eu recebo a turma dele na bala”.

Curioso que, de maneira geral, a turma da esquerda costuma negar ao cidadão a extensão do direito ao porte de armas, mas quando se trata de se colocar acima da lei e da ordem e desafiar o poder da Justiça para conservar os próprios privilégios, o problema desaparece e a valentia hipócrita desponta. Como se divinos ou santificados fossem, imaculados, imunes a processos aos quais qualquer um estaria submetido, Ciro Gomes, como Wadih Damous, o MST, o MTST, Lula e todos mais, querem se substituir ao Estado, destronar a partição dos poderes e reescrever a lei à sua imagem e semelhança, com o uso da força.

Estou certo de não estar sozinho quando digo o que vou dizer: a confusão que acreditam ser capazes de provocar não cooptará nem intimidará a maioria do povo brasileiro. Duvido que consigam fazer o que prometem; vocês não estão com essa bola toda. Se, porém, tentarem alguma coisa, nós não aceitaremos ameaças, nem insinuações agressivas de falsários imorais. Não ousem encostar em um fio de cabelo de Sérgio Moro, ou de qualquer agente da justiça.

Isso não é santificação, isso não é endeusamento, isso não é passar um atestado de infalibilidade. Moro pode errar, os procuradores podem errar, todos são humanos e ninguém é salvador da Pátria. O que eles estão fazendo, porém, no âmbito da Lava Jato, é muito importante, e raro no país: estão cumprindo seu dever. Não se atrevam a acuar seus compatriotas com ameaças desesperadas; não vacilaremos em resistir.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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