Dois tipos de guerra. Dois tipos de inimigos
Os ataques de Israel contra o Irã foram cirúrgicos: alvos militares, instalações nucleares e lideranças estratégicas do regime dos aiatolás. O objetivo é frear uma ameaça real ao equilíbrio geopolítico do Oriente Médio. Já a retaliação do Irã foi clara em sua natureza: bombardeios contra civis israelenses. Terror, não dissuasão.
A diferença de postura é gritante. Israel não declarou guerra ao povo iraniano. Pelo contrário, Netanyahu publicou um vídeo pedindo que o povo derrube o regime opressor, não como inimigo, mas como parceiro em busca de paz. O inimigo não é o povo; é a tirania que o escraviza.
Mas, quando olhamos para Gaza, vemos outro cenário: uma guerra de desilusão. Após os ataques terroristas do Hamas em 2023, que assassinaram civis com requintes de barbárie, Israel rompeu os limites da contenção e passou a agir com uma dureza que nunca havia mostrado. Como quem diz: “não dá mais para dialogar com quem só quer nossa destruição”.
É importante lembrar: Israel propôs unilateralmente a criação de um Estado Palestino em pelo menos duas ocasiões nos últimos 20 anos — e sempre encontrou a recusa total, o terrorismo e o fanatismo. O Hamas não quer fronteiras; quer o fim de Israel.
O mundo quer um Irã desnuclearizado, uma solução de dois Estados com a Palestina e o fim das guerras. Quanto mais Israel se mover em direção a esses objetivos, mais apoio político externo terá. Quanto mais se afastar, mais será pressionado. Que Israel tenha a frieza necessária para estabilizar a região com o menor dano político e de vidas possível.