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Ataques racistas e a reação militante: se ser negro é “virtude”, ser branco é “vício”?

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racismointernetJá se tornou uma pérfida rotina. Tão logo o clima esquenta para o governo, o impeachment se torna mais próximo, a oposição obtém alguma vitória importante ou algum figurão do poder lulopetista tem um encontro marcado com o japonês da Polícia Federal, de repente acontece. Coincidência ou não, alguma atriz ou jornalista negra da Rede Globo – mulher e negra, portanto inserida em duas categorias das chamadas “minorias”, e recebendo exposição maior por trabalhar na maior emissora do Brasil – é alvo de ataques racistas na Internet.

A jornalista Maju Coutinho, da Rede Globo, mais recentemente as atrizes Taís Araújo e Sharon Menezzes e a rainha de bateria da escola de samba Imperatriz Leopoldinense e também atriz, Cris Vianna, foram agredidas nas redes sociais com comentários que as diminuíam e ofendiam apenas em função de sua cor de pele. Abominável atitude, não há dúvidas. Deve ser exemplarmente repudiada. No entanto, também deve ser minuciosamente apurada. Onde estão os nomes? Onde estão as respostas quanto às identidades dos agressores? Por que esses fatos, explorados pela mídia e pelo movimento negro, ocorrem quando é mais conveniente desviar as atenções?

Leviano seria fazer afirmações absolutas, e o motivo por trás do ato tem pouca importância na definição de seu valor. Condenamos igualmente as ofensas biltres, quer estejam provindo de alguma entidade estúpida das cavernas que realmente considere, em pleno século XXI, que os negros são inferiores apenas pelo seu fenótipo, quer se trate de uma armação para desviar focos. Apenas parece muito adequado, como de praxe, forçar a veiculação da ideia de que existe uma tenebrosa “onda fascista”, extremista e racista florescendo no tecido social brasileiro, apenas porque a população se indigna com o governo de esquerda e suas bizarrices. Qualquer um que não se permita doutrinar pelo espírito segregacionista de grupos intolerantes como o movimento negro, instrumentalizados pelas esquerdas em suas ambições, sabe muito bem, por empirismo e por simples bom senso, que esse gênero de intolerância caracterizada está longe de ser um elemento perene e enraizado na sociedade brasileira. Não avançarei em que não há racistas no Brasil, mas fazer parecer que vivemos em uma espécie de apartheid disfarçado é uma extrema distorção e manipulação de dados.

Uma das agredidas, a já mencionada Cris Vianna, cometeu há alguns anos, em 2011, o que espero tenha sido um ato falho, mas é sinal característico da incoerência do discurso desses grupos, e merece ser relembrado aqui. Não consta que Cris Vianna seja uma militante, uma ativista do movimento negro, nem qualquer coisa do gênero, o que apenas reforça a constatação de que essas ideias estão pulverizadas, através da influência tortuosa do politicamente correto, no imaginário social, e levam pessoas normalmente sensatas a dizer grandes besteiras. Em entrevista para o Extra, ao assumir o posto à frente dos ritmistas da Acadêmicos do Grande Rio, a atriz disse, naquela ocasião: “minha maior virtude é ser negra”.

Não quero comparar as ofensas que ela recebeu com a frase que disse, como se fossem do mesmo gênero. Não era intenção dela, evidentemente, agredir ninguém, nem diminuir ninguém com o que disse. Ela, ainda assim, inconscientemente, não foi feliz; se ser negro é uma “virtude”, uma qualidade moral em si, então ser branco seria um “vício”? Em nosso mundo de luz e sombras, acertos e erros, às virtudes costumam corresponder vícios opostos. A luta contra o racismo – um coletivismo baixo e infame, como bem denunciaria a filósofa libertária russa Ayn Rand – é, desde que existe, uma luta contra a identificação entre a aparência ou a etnia dos indivíduos e o seu valor moral. Como bem disse o ator americano Morgan Freeman, o ideal seria pararmos de falar sobre o assunto, e enaltecermos o valor do indivíduo, como tem tentado fazer o pensamento liberal há muito tempo.

Ao contrário, como na frase de Cris Vianna, os “negros” – e eles gostam de enfatizar um pertencimento grupal; não existem o João, a Maria, o Morgan Freeman, a Cris Vianna, indivíduos com seus talentos e subjetividades; existem, isto sim, “os negros” – preferiram adotar outro discurso para combater o preconceito. Preferiram enaltecer, de forma quase obsessiva, uma identidade social e cultural que seria intrinsecamente associada à sua cor de pele. O marketing de Barack Obama, nos Estados Unidos, enfatizou isso; já Ben Carson, candidato do Partido Republicano na eleição atual, ou o pensador Thomas Sowell, não se submetem a essa autodepreciação. Não precisam, nem querem. Podem mais.

Ao se apresentarem, por serem “vítimas históricas”, como oprimidos naturais pela sociedade, os militantes do movimento negro, além de os vermos chegarem ao extremo de taxar de “traidores da raça” ou estultices similares todos aqueles que não se permitem encampar por seu discurso – como o bravo Fernando Holiday do Movimento Brasil Livre -, também depreciam os brancos, a quem consideram incapazes de se compadecer de sua dor, incapazes de entender o que sentem e vivem. Assim como o Marxismo estabelece abismos entre as “classes sociais”, situando “burgueses” e “proletários” como absolutamente incapazes de dialogar uns com os outros, portadores de lógicas abissalmente díspares, o movimento negro separa negros e brancos como se fossem habitantes de mundos diferentes. Não fazem questão de que seja diferente. Não encontrei até hoje nenhum racista que demonstrasse mais ódio, ressentimento, hostilidade e espírito de divisão que esses barulhentos do movimento negro.

Queremos paz e respeito; claro que queremos. Teremos isso quando nos enxergarmos todos como seres humanos. Todos temos sentimentos, todos sentimos dor. Podemos entender o outro se entendermos a nós mesmos, como individualidades. É esse o caminho em que acredito.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

5 comentários em “Ataques racistas e a reação militante: se ser negro é “virtude”, ser branco é “vício”?

  • Avatar
    12/12/2015 em 3:27 pm
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    este pessoal que fez o ataque contra a Sheron é de um grupo chamado mafia 23:59, e o pessoal de la usa varias contas fakes, na propria postagem todos la já perceberam que eram fakes orquestrando ataques planejados.

  • Avatar
    11/12/2015 em 2:44 pm
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    Esses seres se aproveitam da situação, para abafar um processo lega
    a mamata vai acabar.

  • Avatar
    11/12/2015 em 2:16 pm
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    Excelente texto, como de praxe do autor !

    • Avatar
      11/12/2015 em 11:39 pm
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      Muito obrigado, Joaquim!

Fechado para comentários.

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