Quadragésimo sexto mês do NFL: Russell Kirk
O Instituto Liberal, o Instituto Liberal do Nordeste, o Instituto Libercracia e a Sociedade Tocqueville, em parceria, utilizando as ferramentas que as redes sociais nos proporcionam, organizam reuniões virtuais, integralmente abertas ao público, para debater textos dos mais importantes autores nacionais e internacionais dentro do espectro liberal. O nome do projeto é “Núcleo de Formação Liberal” (NFL).
A intenção do projeto é que os debates e reflexões se concentrem o mais exclusivamente possível na obra dos autores, para qualificar a formação do pensamento de nossos ativistas e lideranças nos diversos setores da sociedade. Todas as reuniões são baseadas em trechos ou capítulos de obras, previamente divulgados. Um ou dois relatores se encarregam de fazer uma explanação a respeito dos trechos selecionados, seguida de um debate com apontamentos dos representantes dos institutos responsáveis pela iniciativa e a participação do público.
Depois de Friedrich Hayek, Joaquim Nabuco, Edmund Burke, Roberto Campos, Ludwig von Mises, José Guilherme Merquior e Thomas Sowell (ao longo de 2020), além de um encontro de revisão em janeiro, estudamos em 2021 Ayn Rand, Antonio Paim, Murray Rothbard, Ubiratan Borges de Macedo, José Ortega y Gasset, José Osvaldo de Meira Penna, John Stuart Mill, Tavares Bastos, Milton Friedman e Rui Barbosa. Em 2022, foram abordados John Locke, Visconde do Uruguai, Adam Smith, Frei Caneca, Alexis de Tocqueville, Miguel Reale, Henry David Thoreau, a presença do liberalismo na Independência do Brasil e Hans-Hermann Hoppe e Eugênio Gudin. Em 2023, estudamos os livros “Evolução Histórica do Liberalismo” e “História do Liberalismo Brasileiro”, os temas “Constitucionalismo” e “Positivismo”, Carlos Lacerda, os Fundadores do Instituto Liberal, Frédéric Bastiat, Benjamin Constant, Raymond Aron e Isaiah Berlin. Na temporada de 2024, estudamos o tema “História do autoritarismo no Brasil”, a Constituição brasileira de 1824, as distopias, Karl Marx, David Hume, Immanuel Kant e o tema “Socialismo Utópico” e Ricardo Vélez Rodríguez. Neste mês de outubro, estudamos a vida e obra do autor conservador norte-americano Russell Kirk (1918-1994).
30/10 – Russell Kirk e a Moderna Ordem Liberal (Alex Catharino) – 19h
O encontro reuniu Lucas Berlanza (Instituto Liberal), Josesito Padilha (Instituto Liberal do Nordeste), Rogério Torres (Instituto Liberal da Alta Noroeste, convidado) e Alex Catharino (Instituto Liberal), relator encarregado. A apresentação abordou a biografia e as contribuições do pensador Russell Kirk na formação das ideias do movimento conservador norte-americano do pós-guerra, bem como as repercussões positivas que poderia ter no Brasil contemporâneo.
Discutiu-se a ênfase do conservadorismo kirkeano como uma atitude social que pretende promover uma mediação constante – na política, na cultura e nos diversos aspectos da vida humana – entre o passado, o presente e o futuro. Trata-se de uma defesa daquilo que T. S. Eliot, autor central nas reflexões de Kirk, denominou de “coisas permanentes”, no campo da crítica social e cultural, e que, em sua poesia, é expressa na noção de “comunicação dos mortos” – isto é, a ênfase na ideia de que todas as gerações da civilização e da comunidade política estão interligadas, cabendo-nos a responsabilidade de evitar rupturas bruscas, a dissolução revolucionária e artificial desse elo, com todo o seu potencial destrutivo e totalitário.
Na fase interativa, debateu-se a pertinência dos chamados “princípios conservadores” e da disposição conservadora aos dramas nacionais, particularmente na “nova direita” brasileira e diante do problema da justiça, bem como a defesa conservadora do Estado de Direito e da economia de mercado em contraste com os imperativos do pragmatismo.