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Oitavo mês do Núcleo de Formação Liberal inicia 2021 com Ayn Rand

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Instituto Liberal, o Instituto Libercracia e o Grupo de Estudos Dragão do Mar, em parceria, utilizando as ferramentas que as redes sociais nos proporcionam, decidiram organizar, a partir de maio de 2020, reuniões virtuais, integralmente abertas ao público, para debater textos dos mais importantes autores nacionais e internacionais dentro do espectro liberal. O nome do projeto é “Núcleo de Formação Liberal” (NFL), que agora conta com o Instituto Liberal do Nordeste como novo parceiro.

A intenção do projeto é que os debates e reflexões se concentrem o mais exclusivamente possível na obra dos autores, para qualificar a formação do pensamento de nossos ativistas e lideranças nos diversos setores da sociedade.  Todas as reuniões são baseadas em trechos ou capítulos de obras, previamente divulgados. Um relator se encarrega de fazer uma explanação a respeito dos trechos selecionados, seguida de um debate com apontamentos dos representantes dos institutos responsáveis pela iniciativa e a participação do público.

Depois de Friedrich Hayek, Joaquim Nabuco, Edmund Burke, Roberto Campos, Ludwig von Mises, José Guilherme Merquior e Thomas Sowell (ao longo de 2020), além de um encontro de revisão em janeiro, o NFL retornou em fevereiro de 2021 estudando a obra da filósofa russo-americana Ayn Rand, fundadora da escola filosófica objetivista.

11/02 – 19h – A Virtude do Egoísmo – Cap. I (A Ética Objetivista) – p. 23 a 45 – Ed. LVM/Clube Ludovico

O primeiro encontro reuniu Lucas Berlanza (Instituto Liberal), Tiago Muniz (Dragão do Mar), Josesito Padilha (Instituto Liberal do Nordeste) e o relator convidado, Roberto Rachewsky, empresário, notório objetivista e um dos mais antigos ativistas do movimento liberal brasileiro, um dos fundadores do Instituto de Estudos Empresariais.

O objetivo de Rachewsky era apresentar biograficamente a pensadora Ayn Rand, que migrou da Rússia, sob o tacão do totalitarismo soviético, para os EUA, onde se tornou extremamente popular por seus romances e estabeleceu os fundamentos de uma filosofia própria, o Objetivismo. O capítulo escolhido pelo relator apresenta os alicerces dessa concepção filosófica.

Da valorização da própria vida, valor supremo, decorre uma série de virtudes elogiadas pelo Objetivismo. A primeira delas, a racionalidade – lembrando a distinção que a razão permite entre o ser humano e os demais seres do Universo -, seria a fonte de todas as demais, sendo, em consequência, o afastamento da consciência e da razão o maior vício que se pode praticar. Por racionalidade, os objetivistas entendem “o reconhecimento e aceitação da razão como sua única fonte de conhecimento, seu único juízo de valores e seu único guia de ação”.

À racionalidade, se somariam a independência, a integridade, a honestidade, a justiça, a produtividade e o orgulho como as principais virtudes objetivistas, conducentes à ética do egoísmo racional. Durante a etapa de interação, Rachewsky comentou as divergências entre Ayn Rand e pensadores da Escola Austríaca de Economia – ressalvando, porém, o apoio que Ayn Rand deu a Ludwig von Mises quando migrou para os EUA e o fato de que há pouco contraste do ponto de vista econômico; rechaçou a categorização de Ayn Rand como uma racionalista no sentido típico do termo, apesar de sua grande ênfase à razão, dialogando, porém, com a primazia da realidade sobre a consciência; a oposição do Objetivismo ao utilitarismo e à cogitação de que o governo poderia violar direitos individuais para satisfazer desejos ou privilégios; a visão objetivista da vida de pessoas deficientes e da caridade, entre outros temas ligados ao pensamento objetivista.

22/02 – 19h – “O Que é o Capitalismo?” (artigo)

O segundo encontro reuniu Lucas Berlanza (Instituto Liberal), Letícia Sampaio (Dragão do Mar), Leonardo Monteiro (Instituto Libercracia) e o relator convidado, o professor Henrique Romano, do Instituto Líderes do Amanhã.

Romano enalteceu os instrumentos de provas práticas e racionais utilizados por Rand no desenvolvimento de sua filosofia e o cuidado com que a filósofa empregava os termos e conceitos em seus textos. Com base no artigo escolhido, ele enfatizou que o caminho do homem para viver na Terra é executar a faculdade racional, pois o ser humano não pode depender do instinto como os animais. Também deu atenção à importância da produtividade na vida do homem.

O único sistema social que garante os direitos individuais defendidos por Ayn Rand e protege o homem da coerção é o capitalismo laissez-faire; por isso, explicou Romano, é importante não defender o capitalismo de forma pragmática, na visão objetivista, mas como uma consequência do exercício correto da moralidade. No capitalismo, prosperam aqueles que, exercendo sua capacidade racional, criam valor e com isso geram prosperidade.

Na etapa de interação, Romano desenvolveu as críticas de Ayn Rand ao altruísmo, que envolveria a ética do autossacrifício; discutiram-se o sucesso e expansão das ideias liberais; abordou-se a crítica objetivista ao pragmatismo; tratou-se do capitalismo moderno como garantidor do efetivo direito de propriedade e a sua relativização ou aniquilamento nos regimes pré-modernos e no socialismo, bem como delinearam-se as funções do Estado para Ayn Rand e a relação do Objetivismo com outras doutrinas políticas.

25/02 – 19h – A Virtude do Egoísmo – Cap. X (A Ética Coletivista) – p. 117-122 e Cap. XVII (Racismo) – p. 183-192 – Ed. LVM/Clube Ludovico

O terceiro e último encontro reuniu Lucas Berlanza (Instituto Liberal), Letícia Sampaio (Dragão do Mar), Leonardo Monteiro (Instituto Libercracia), Josesito Padilha (Instituto Liberal do Nordeste) e o relator convidado, o professor Dennys Xavier, do Instituto Mises Brasil, um grande divulgador da obra de Ayn Rand.

Em sua explanação, Dennys reapresentou muitos dos fundamentos já abordados pelos demais autores, ressaltando a contestação provocativa de Ayn Rand à mentalidade coletivista e a alguns conceitos já arraigados em nosso meio, bem como explorando uma aplicação específica de seu pensamento ao problema do racismo, que, para ela, estava entre as mais odiosas formas de coletivismo.

Dennys realçou a importância da mentalidade do comerciante na ética objetivista, partindo do pressuposto de que o comerciante não espera receber além daquilo que lhe é devido no sistema de trocas. A filosofia de Ayn Rand defenderia a adoção da mesma régua para todas as relações entre os indivíduos, evitando o recurso retórico a coletivos abstratos como a “sociedade”, “as gerações futuras” ou “o mundo do amanhã”.

Na etapa interativa, discutiu-se a relação do pensamento de Ayn Rand com a tradição filosófica ocidental, especialmente os pensamentos de Aristóteles e Immanuel Kant, e com outras formas de ética, em especial a ética libertária. Também houve uma discussão breve acerca do conceito de minarquismo e sua aplicação à teoria de Estado de Ayn Rand.

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