Vidraças quebradas
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
Há quem acredite que as vidraças quebradas nos palácios em torno da Praça dos Três Poderes foi um mero acaso. Há quem acredite que se trata de um aviso dos capitães e tenentes da FAB de que não estão satisfeitos com seus salários. Há quem veja na quebra das vidraças, inclusive do STF, um alerta sobre o julgamento mais relevante politicamente já submetido a essa Corte.
Tudo é possível para um país cujo governo imagina que tudo se paga com dinheiro. Por baixo ou por cima dos panos.
Não é que, pressionado por Cristina Kirchner e Dilma Rousseff, o Uruguai aceitou a expulsão do Paraguai e a inclusão da Venezuela no Mercosul? A exemplo do que ocorre no nosso país, Dilma está oferecendo dinheiro para que os uruguaios fechem o nariz e engulam a Venezuela como nosso parceiro em um acordo em que é exigida democracia plena dos países participantes.
Pode ser até que os uruguaios aceitem a propina. Na recusa, Dilma poderá sempre alegar que isto (a propina) é comum no Brasil. Aqui, até ministro recebe R$1 milhão para palestra não proferida.
Isto também é uma vidraça partida.
* PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
in Comentário do dia para o IL, 05.07.2012