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Um conto de natal venezuelano que cheira mal

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BERNARDO SANTORO*

Era uma vez um país em um lugar muito, muito distante, em que as pessoas falavam espanhol e embaixo da terra existia uma quantidade imensa de um líquido negro que podia ser usado para várias coisas.

Por conta disso, poderia-se pensar que as pessoas nesse país seriam muito ricas e prósperas, mas isso não era verdade, porque o rei local, o rei antes dele, e todos os antigos chefes nunca souberam valorizar a ideia de liberdade, e não importa quem estivesse no controle, e que discurso fizesse, todos, impreterivelmente, sempre usaram o poder do reino para favorecer a si mesmo ou seus amigos, os “amigos do rei”.

Nesse reino, por causa da falta de liberdade, faltava tudo. O rei decretava os preços de todos os produtos, e quando os custos superavam as receitas, havia escassez generalizada. A falta de bens fazia as pessoas ficarem muito tristes.

O rei atual é um homem muito maduro, mas pouco inteligente. Ele achava que as pessoas seriam felizes não pelo direito de pensar, falar, andar e produzir, mas por causa de festas populares. Então ele resolveu decretar que a partir de agora o natal seria antecipado para 01 de novembro (não, não era 01 de abril), e como as pessoas não deixam de comemorar na data certa, o país teria agora dois natais.

Nesse país tinha uma lenda: a do Papai Chávez. Diziam que esse bom velhinho bolivariano era um antigo rei que, durante a vida, levava presentes para todas as crianças que fossem boazinhas e acatassem as suas ordens sem reclamar. Após a sua morte, ele continuou a levar esses presentes, mas apenas no Natal. Por causa do novo decreto, Papai Chávez teria de entregar presentes para todas, duas vezes!

Só que tudo faltava nesse reino por causa dos decretos do rei, e o Papai Chávez não tinha insumos para poder produzir os presentes na sua fábrica venezuelana.

Só que ele então percebeu que todas as cartinhas vinham com um só pedido de presente: um belo rolo de papel higiênico, artigo mais raro no reino.

Papai Chávez então, durante a noite, influenciou o rei maduro para invadir a fábrica de papel do reino e para usar o líquido negro para comprar em outros reinos muito papel higiênico.

Após a distribuição dos presentes, Papai Chávez e o rei acharam que as pessoas ficariam felizes, mas por mais que chegasse papel higiênico, nunca era o suficiente. Tudo sempre estava sujo no reino e cada vez mais dejetos se viam desde o palácio até as ruas.

Até que, um dia, o povo finalmente entendeu o que estava acontecendo: o rei, sempre que falava, andava ou agia, produzia uma inesgotável quantidade de esgoto, e nunca havia papel suficiente para limpar as porcarias que ele fazia.

Então o povo finalmente viu o rei maduro apodrecer, e o reino viveu feliz para sempre, com liberdade e fartura.

*DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL

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