Aumento populacional e escassez de alimentos

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Em 1968, quando a população mundial era de 3,5 bilhões, o festejado ecologista neomalthusiano Paul Ehrlich escreveu um livro que se tornou a bíblia do esquerdismo ecológico anti-humanista de então (The Population Bomb), no qual previu que, como resultado da superpopulação mundial, centenas de milhões de pessoas morreriam de fome nas décadas seguintes.

No primeiro Earth Day, em 1970, por exemplo, ele diagnosticou que, em dez anos, toda a vida animal marinha estaria extinta. Grandes áreas costeiras teriam de ser evacuadas devido ao mau cheiro dos peixes mortos. Num discurso de 1971, ele previu também que, até o ano de 2000, o Reino Unido seria simplesmente um pequeno grupo de ilhas empobrecidas, habitadas por cerca de 70 milhões de famintos.

De lá para cá, a população mundial dobrou e, como pudemos testemunhar, as previsões alarmistas de Ehrlich (e de Malthus) jamais se concretizaram. Pelo contrário, graças às novas tecnologias e ao crescimento exponencial da produtividade, o percentual de subnutridos nos países em desenvolvimento, em relação ao total da população, vem apresentando uma firme tendência declinante há cinco décadas, tendo baixado de 33% em 1970 para 10% atualmente.

Toda essa introdução foi para mencionar uma matéria importante no WSJ de hoje, sobre um problema grave com o qual os economistas mais antenados com a realidade já se deparam há algum tempo. O mundo entrará em breve numa fase, não de superpopulação, mas de escassez de seres humanos, com implicações severas sobre o nosso modo de vida, no crescimento da economia e até mesmo na tendência de redução da pobreza.

Para finalizar, uma sugestão: antes de entrar em pânico com as constantes previsões catastrofistas dos arautos do fim-do-mundo, a melhor coisa a fazer é checar o que eles disseram no passado e comparar com o que realmente aconteceu, sem esquecer de analisar o volume de dinheiro envolvido nas respectivas pesquisas.

A verdadeira ciência nunca foi uma questão de consenso, mas de dissenso. O desenvolvimento humano não é estático, mas extremamente dinâmico, e a nossa aventura na Terra está intimamente ligada ao fator crucial de sermos seres extremamente adaptáveis.

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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