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Sobre seguir (ou não) a onda populista

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Democracia é um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente, diretamente ou através de representantes eleitos, na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder através do sufrágio universal. Tal regime está no pilar da filosofia liberal e deve ser almejado como o regime político vigente em favor da liberdade dos cidadãos, em oposição à ditadura e tirania.

Na modernidade, para a funcionalidade da democracia com eficiência, a adoção do sistema representativo é primordial. Afinal, além da inviabilidade de, nas nações modernas, parar para ouvir pessoalmente cada cidadão, é importante impedir que a democracia escalone para uma ditadura da maioria que reprime a liberdade de ideias contraditórias.

Tal noção da representação de ideias refere-se tanto a ideias que são compartilhadas pela maioria quanto ideias de uma pequena minoria. É curioso responder quando me perguntam em quem eu irei votar nas eleições de outubro deste ano. Principalmente quando eu digo um nome fora dos dois grandes nêmesis populistas, nesse caso a grande e maioria uníssona responde com “mas ele não vai ter votos”.

A simples exposição de qualquer nome que seja uma fuga do populismo de direita e de esquerda que tomaram conta do Brasil se torna amplamente rejeitada pelo mero fato de ele estar fora de um espectro populista. Repare aqui que sequer mencionei as ideias de tal nome, que deveria ser o principal motivo de uma avaliação sobre optar por aquele que melhor me representa, mas sim apenas uma rejeição por “falta de votos”.

Isso é um claríssimo sintoma da passividade do cidadão perante o seu poder de participação na sociedade: apenas aceita-se um nome, pois uma massa maior de indivíduos está defendendo esse nome. O político aparece em pesquisas pontuando 30%, 40% dos votos e apenas se aceita seu nome sem sequer pensar, ponderar e considerar as ideias e pensamentos que preponderam neste representante.

Não importam os erros, o que não fez, as mentiras, os crimes, nada. Apenas seguem o mais popular e se deixam conduzir pelos impulsos dos sentimentos prevalecentes na época, ignorando quaisquer que sejam suas ideias e suas metas. Nesse contexto, apenas cai-se na armadilha de uma opinião pública em torno de nomes comuns que fazem de todo o processo eleitoral uma simples disputa de dois populismos em que você é apenas carregado por um ou outro.

Detalhe: faz-se isso apenas ponderando um único cargo em disputa, que é o de chefe do Executivo, ignorando as variadas instâncias do poder legislativo e, ainda mais relevante, as instâncias do poder local, porque, por mais que não tenhamos o mais exemplar dos modelos, ainda somos uma república federalista separada em estados com seus governantes, parlamentares e leis.

Portanto, não se deixe carregar pela onda, a eleição é apenas em outubro e é apenas um processo da democracia e da participação política. O que acontece ao longo de 4 anos é mais importante do que o voto que você deposita na urna em uma ou duas vezes a cada biênio.

*Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.

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