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Sobre a relação entre Carlos Lacerda e Juscelino Kubitschek

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Juscelino Kubitschek de Oliveira (1902-1976) governou o Brasil entre janeiro de 1956 e janeiro de 1961. Para Carlos Lacerda, seu triunfo representava, apesar de o mineiro desagradar a muitos dos caciques de seu próprio partido, o PSD, à época da eleição, a vitória da aliança pessedista-petebista, mantendo a casta varguista no poder. Seguem trechos de meu livro “Lacerda: A Virtude da Polêmica”, das páginas 212 e 248:

“A expressão simpática e a perspectiva histórica diferenciada podem facilmente levar o leitor a acreditar que essa interpretação de Lacerda era completamente despropositada, mas na época é preciso recordar quem eram os companheiros e impulsionadores da carreira política de Juscelino, em especial o maior deles, Benedito Valadares (1892-1973). Ele representava tudo que Lacerda mais detestava. Havia sido presidente nacional do PSD e durante muito tempo fora interventor federal em Minas; Lacerda o enxergava como um traidor da candidatura democrática de José Américo (1887-1980) em 1937, um dos vendidos de primeira hora à ditadura de Getúlio. (…) Em 1955, Lacerda via em Juscelino o filhote de Benedito Valadares, que somaria seu carisma pessoal à máquina da ditadura, à exploração emocional do suicídio de Vargas, à aliança PSD-PTB, e garantiria o atraso do Brasil.

(….) Provavelmente Lacerda diria em retrospectiva que o governo do “presidente bossa nova” JK não foi, portanto, nem de longe, exatamente aquilo que por vezes dele se diz, em tintas apologéticas. Seus líderes, como Vieira de Melo, fizeram de tudo para impugnar o mandato do maior líder da oposição e uma portaria absurda reforçou o predomínio governista sobre os meios de difusão e expressão, com a defesa desavergonhada da censura.”

Lacerda se uniu a JK por ocasião da Frente Ampla e até se tornou seu amigo. Porém, durante o governo, fez contundente oposição a suas políticas desenvolvimentistas, que geraram dolorosas consequências para o ciclo político posterior.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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