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Segregação racial nos bairros dos EUA: 1890-2010

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 NCPA *

 

Com base na sequência censitária a partir de 1890, o Escritório do Censo, nos EUA, divulgou dados referentes à frequência racial nos bairros. Um novo relatório assinado por Edward Glaeser, pesquisador sênior, e por Jacob Vigdor, membro adjunto, do Instituto Manhattan, apresenta uma análise dos dados censitários de 13 governos consecutivos ao longo da história de segregação racial nas cidades americanas.

Entre as principais descobertas estão:

  • A medição mais padronizada sobre segregação mostra que as cidades americanas estão agora mais integradas do que estavam em 1910. A segregação aumentou drasticamente com a migração negra para as cidades em meados do século 20. Na média, esse aumento foi totalmente anulado pela integração a partir da década de 1960.
  • Os bairros totalmente brancos estão efetivamente extintos. Meio século atrás, um quinto dos bairros urbanos dos EUA tinha exatamente zero residentes negros. Hoje, os residentes negros podem ser encontrados em 199 entre 200 bairros em todo o país. Os bairros restantes são encontrados, na maioria, em remotas áreas rurais ou em cidades com muito pouca população negra.
  • A gentrificação [enobrecimento urbano] e a imigração causaram um abalo na segregação. Ao mesmo tempo em que tais fenômenos são claramente importantes em algumas áreas, a suburbanização dos negros explica em grande parte o declínio na segregação.
  • Guetos persistem, mas a maioria está em declínio. Para cada bairro-gueto diversificado, muitos outros abrigam uma população negra em declínio.

O declínio da segregação traz consigo diversas lições relevantes para os debates de políticas públicas:

  • O fim da segregação não resultou no fim da desigualdade racial. Apenas algumas décadas atrás, havia um consenso de que a segregação era a força motriz que mantinha a desigualdade socioeconômica. A persistência da desigualdade, ainda que a segregação tenha diminuído, indica que a desigualdade é um fenômeno muito mais complexo.
  • O acesso ao crédito fomentou a mobilidade. Numa época em que se propõem regulações que ameaçam eliminar o mercado para empréstimos a mutuários marginais, é importante reconhecer que há custos e benefícios associados com o aperto das normas de concessão de crédito.
  • A liberdade de se escolher onde se vai morar contribuiu para reduzir a segregação. A segregação declinou, em parte, em razão dos negros americanos terem deixado cidades antigas, mais segregacionistas, e se mudado para cidades com menos segregação como as do Cinturão do Sol e os subúrbios.

*NATIONAL CENTER FOR POLICY ANALYSIS

Texto na íntegra: Edward Glaeser and Jacob Vigdor, “The End of the Segregated Century: Racial Separation in America’s Neighborhoods, 1890-2010,” Manhattan Institute, January 2012.

 

TRADUÇÃO: LIGIA FILGUEIRAS

Fonte da imagem: Wikipédia

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