fbpx

Respeito às instituições

Print Friendly, PDF & Email

stfestatua

Se não me falha a memória, salvo alguns escorregões de Jimmy Carter – um dos piores Presidentes que os Estados Unidos Já tiveram –, nenhum dos Ex-Presidentes americanos criticou seus sucessores, e, muito menos, as demais instituições do país. O Democrata Bill Clinton não fez comentários contra Bush, nem, tampouco, à Suprema Corte que julgou o famoso caso Bush v. Gore, definindo a eleição de 2000 em prol do Republicano George W. Bush.

No “Brasil das Maravilhas”, todavia, as coisas são bem diferentes. Fernando Henrique Cardoso, além de criar uma base institucional para o país, fez uma transição exemplar de poder para Luiz Inácio Lula da Silva. Todavia, este último, parece demonstrar um desprezo olímpico pelas instituições democráticas.

Em recente entrevista, realizada no dia 25 de abril de 2014, à TV portuguesa RTP, Lula alfinetou o Supremo Tribunal Federal com a seguinte afirmação: “o mensalão, o tempo vai se encarregar de provar, que o mensalão, você teve praticamente 80% de decisão política e 20% de decisão juridical. (…) O que eu acho é que não houve mensalão. Eu também não vou ficar discutindo a decisão da Suprema Corte. Eu só acho que essa história será recontada. É apenas uma questão de tempo, e essa história será recontada para saber o que aconteceu na verdade”.

Com o devido respeito, um ex-presidente não pode desmerecer as instituições de seu país. Ao contrário, ele tem o dever e a obrigação de zelar por elas. Quem ocupou o cargo mais alto do Poder Executivo, por eleição democrática, precisa ter respeito pela nação, por seus sucessores e pelos demais poderes.

Voltando aos Estados Unidos, Clinton não teceu comentários sobre as Guerras do Iraque e do Afeganistão. Nunca se manifestou sobre a “preemptivewar” que norteou a “doutrina Bush” após o atentado de 11 de setembro de 2001. Bush, por sua vez, não abriu a boca sobre o Presidente Obama.

Aliás, quando indagado pelo apresentador Jay Leno sobre o chamado Obamacare – plano de saúde pública do atual presidente americano –, Bush afirmou com todas as letras: “I don’t think it’s good for the country to have a former president criticize his sucessor”. (tradução livre: “Eu não acho ser bom para o país que um ex-presidente critique seu sucessor”).

Isso é uma lição de respeito às instituições. Para os ufanistas que “igualavam” Bush e Lula, basta ler a frase acima e compará-la com a postura de nosso ex-presidente criticando a decisão do Supremo Tribunal Federal para uma emissora estrangeira. Quando digo que temos muito a apreender com os Estados Unidos, é disso que estou falando.

Infelizmente, a “fartura de crédito” que possibilitou o “Bolsa Miami” só nos trouxe malas cheias de “muamba”. Nada contra, mas faltou um pouquinho de aprendizado sobre o respeito às instituições democráticas, às liberdades individuais, às vantagens do livre mercado e por aí vai. Sem isso, não haveria Mickey Mouse, preços baixos, pujança econômica e tudo o mais que os brasileiros vão procurar nos “States”. Se tivéssemos aprendido um pouquinho sobre as bases da democracia americana, a declaração de Lula para a TV portuguesa deveria nos causar a mais profunda revolta. 

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Leonardo Correa

Leonardo Correa

Advogado e LLM pela University of Pennsylvania, articulista no Instituto Liberal.

2 comentários em “Respeito às instituições

  • Avatar
    28/04/2014 em 1:10 pm
    Permalink

    Leo, muito oportuno seu artigo!

  • Avatar
    28/04/2014 em 1:09 pm
    Permalink

    O Lula, está gostando mais do status de ex-presidente do que o de presidente, pois, assim, pode falar as besteiras que fala, sem o menor constrangimento. Ele prefere a Dilma na presidência, pedindo a benção, e vagar, pelo mundo, desfilando, em troca de altas remunerações, falta de educação institucional, arrogância política e desprezo pela ética democrática.

Fechado para comentários.

Pular para o conteúdo