República sindicalista?
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
A presidente Dilma, além do problema básico de repartição entre o PT e os partidos aliados de ministérios, agências reguladoras e primeiro e segundo escalão de estatais, vai ter que, simultaneamente, enfrentar as demandas sindicalistas. **
Os donatários das principais Centrais – Força Sindical e CUT – beneficiados por dotações orçamentárias equivalentes a 10% do imposto sindical (um dia de trabalho), sem prestação de contas a qualquer órgão disciplinador de gastos, insistem agora em um salário mínimo de R$580 (+/- US$350) e a correção integral das aposentadorias no mesmo percentual.
Nós, que estamos enfrentando dificuldades enormes em exportar algo além de commodities, corremos o risco de um déficit orçamentário e de comércio exterior, o que obrigaria ainda o governo a ser mais “criativo” para a tentativa de realização de um impossível superávit primário.
Ora, é invisível um aumento real de salário mínimo sem um correspondente aumento de produtividade que não cause um enorme impacto inflacionário. A presidente Dilma sabe disto tudo, mas os “donos” das Centrais têm lógica diferente. E Dilma ainda terá que enfrentar, como é sabido, um Congresso (ex PT) onde os aliados vão transformar o valor do novo salário mínimo em arma de barganha por novos cargos.
Acho ainda mais barato entregar os cargos aos políticos, mesmo que corruptos.
* PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
** Ref.: ‘Governo admite corrigir tabela do Imposto de Renda’. Estadão.com.br
Prêmio Donald Stewart Jr. 2011:
Concorrente: Acompanhe o noticiário para enriquecer sua monografia. Sugestão de leitura:
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Banned in Beijing. The New York Times / The Opinion Pages, 22.01.2011
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Monteiro Lobato sob censura? Estadão.com.br / Blogs, 03.11.2010