Reflexões sobre o avanço evangélico
O Rio de Janeiro está em vias de eleger um prefeito evangélico. Não apenas adepto, mas prócer licenciado de uma das mais agressivas entidades do ramo: A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), do notório bispo Edir Macedo, de quem o candidato é sobrinho.
Em 1986 essa denominação religiosa elegeu, com 55000 votos cada qual, seus primeiros dois deputados, federal e estadual, no Rio de Janeiro. Hoje, três décadas depois, está prestes a comandar a cidade. A pergunta que se pode fazer é: a que se deve a velocidade de tal evolução?
A resposta pode ser encontrada voltando alguns anos atrás. Nas décadas de 1960 e 1970 a Igreja Católica exercia, ainda, grande predomínio sobre as distintas comunidades existentes na cidade. No entanto, após o Concílio Vaticano II, em 1962, e o consequente surgimento da Teologia da Libertação, o catolicismo parou de se preocupar com a vida eterna e a salvação das almas. Passou a vender reforma agrária, a mitigação de uma fome que não existe, e outras manifestações políticas terrenas. Mudou seu enfoque do etéreo para o material, do pastoral para o político. Adotou uma agenda materialista, típica dos movimentos esquerdistas.
Como poder não admite espaço vazio, o vácuo espiritual deixado pela Igreja Católica foi preenchido pelas correntes neopentecostais, entre as quais a IURD, fundada em 1977. Essas igrejas passaram a “conquistar as almas” dos cariocas e através delas também os bolsos, o que lhes rende polpudos dízimos cobrados impiedosamente e fonte maior de suas manifestas riquezas.
A raiz do vasto predomínio evangélico, que do Rio de Janeiro avança pelo resto do país, reside na esquerdização do catolicismo através da malfadada Teologia da Libertação, de triste memória.