Questão de lógica
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
O ministro Guido Mantega nunca me pareceu um profissional particularmente brilhante. Não há, no entanto, como deixar de reconhecer que ele é um ministro particularmente útil quando se trata de servir a uma personalidade tão dominante quanto a presidente Rousseff. As afirmações de Dilma e sua convicção de certeza especialmente na área econômica não podem prescindir de um ministro submisso e disposto a conferir aval técnico às intervenções ditatoriais da Presidente.
Agora, em sua mais recente intervenção, ele dá total razão ao recém-eleito François Hollande no que se refere à solução para blindar a economia francesa contra a decadência econômica europeia. Ao contrário da Grécia e Itália, Hollande não acredita na austeridade como remédio para a depressão.
Bem, basta Hollande anunciar que a austeridade não seria o caminho para a retomada francesa que Mantega já o cumprimenta pelo sucesso. Ora, Hollande ainda está assumindo e Mantega já se congratula pelos resultados obtidos pela futura gestão do francês. No mínimo, carece de um mínimo de lógica.
Aliás, é falta de lógica o que vem fazendo cair o valor do fluxo de investimentos estrangeiros na BOVESPA. Quando o viés político em decisões de natureza econômica passa a dominar as decisões do governo, eles (investidores) começam a duvidar. Uma simples questão de lógica.
* PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL
REF. IMAGEM: WIKIPEDIA
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