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Qual seu papel na defesa de um país mais livre?

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Na apresentação da Conferência Austríaca de 2017, organizada pelo Instituto Mises Brasil, Hélio Beltrão mencionou uma metáfora que me recordo ter sido proferida por Rodrigo Constantino em uma de suas palestras que pude acompanhar presencialmente. A alegoria comparava a luta pela liberdade com um jogo de futebol, ideia na qual me baseio e que desenvolvo nas próximas linhas.

Imagine que várias seleções diferentes estão disputando um campeonato de futebol e que cada uma delas representa uma ideologia. Ao lado das várias equipes em campo está uma seleção de destaque, qual seja, a dos liberais.

goleiro do time liberal é representado pelas escolas de pensamento Austríaca, de Chicago e de Virgínia. Elas nos deram pensadores como Ludwig Von Mises, Friedrich Hayek, Milton Friedman, Ronald Coase, James Buchanan entre outros. O goleiro realiza a defesa das ideias representando estudiosos renomados, reconhecidos e premiados, que expandiram o pensamento econômico e social e que nos inspiram em seus métodos e vigor na defesa das ideias corretas, mesmo que impopulares em seu tempo.

O papel dos zagueiros desse mesmo time é desempenhado pela academia. São os professores, os think tanks e os acadêmicos que difundem as ideias do liberalismo. Trata-se dos indivíduos que mais estudaram a ideologia, com base, em grande parte, nos estudos das grandes referências já mencionadas. São eles quem produzem conteúdo, como livros, artigos, papers, sempre bem fundamentados em dados e fatos, colacionando evidências e informações, transmitindo e endossando o conhecimento desenvolvido inicialmente pelos “goleiros”. Eles também podem fazer a ponte entre a teoria e o que melhor se ajusta como política pública na realidade brasileira, por exemplo, sendo assessores e técnicos para formarem um possível governo liderado por um liberal.

Nós precisamos urgentemente de muito mais zagueiros. Ao pisar em uma universidade brasileira, a regra é se deparar com um ambiente em que ideias de pensadores liberais e libertários não estão presentes. As ideologias mais intervencionistas são ensinadas sem o contraponto devido, refletindo um enviesamento curricular, impedindo as novas gerações de terem acesso a diversos autores e de formarem suas opiniões a partir disso, como deveria ser.

Temos alguns think tanks como o Instituto Liberal, o Instituto Mises Brasil e o Instituto Liberdade e Justiça, apenas para citar alguns exemplos, que estão se destacando no Brasil nesse segmento. Vale ressaltar que certas coisas são como vinho e uísque: levam tempo. A expectativa é que em 10 ou 15 anos teremos uma enorme gama de mestres e doutores formados nas ideias da liberdade, graças ao trabalho pioneiro realizado por outros indivíduos como Ubiratan Iorio, Fábio Barbieri, Adriano Gianturco, André Ramos, entre outros, que estão na academia formando essa geração; além de tradutores e patrocinadores do passado que ajudaram a tornar mais acessível o conhecimento antes da popularização da internet.

Já o meio campo da defesa das ideias da liberdade é formado pelos agitadores das ideias, pela militância. O agitador não escreve leis, ele apenas convence e converte as pessoas. O meio campo dos libertários está crescendo muito. Algumas pesquisas indicam que essa “Nova Direita” brasileira tem atuação maior nas redes sociais que a esquerda. Rodrigo Constantino, Raphaël Lima e Hélio Beltrão são expoentes que podemos classificar como os principais formadores de meio campistas.

A militância se apoia muito na defesa para expor as ideias e difundi-las no restante da sociedade. Um simples meme, por exemplo, pode ter um impacto muito maior do que um livro publicado porque mais pessoas terão acesso a ele e poderão compreendê-lo, se bem feito. É extremamente desejável que todos leiam tudo sobre o liberalismo, mas são poucos os indivíduos que dispõem de tempo e interesse para se dedicarem a essa árdua e trabalhosa tarefa.

Sem qualquer demérito, compreender os princípios básicos já é o suficiente para a maior parte da militância, pois seu papel é difundir as ideias que defende de forma simples e coerente para a população. Ao fazer isso, ela move a Janela de Overton e torna suas pautas politicamente rentáveis: políticos – em outra metáfora – nada mais são que dançarinos que se elegem de acordo com a música tocada pelos eleitores.

A militância, portanto, ajuda a eleger políticos alinhados com suas ideias ao tornar politicamente possível sua eleição. Em outras palavras, o meio campo tem o poder de mudar a estação de rádio.

Os atacantes são justamente os políticos. Eles precisam de ter uma boa zaga e um ótimo meio campo para conseguirem se eleger e executarem suas propostas ao longo do mandato. Usualmente eles são generalistas, e não grandes pensadores. Necessitam saber se comunicar com seu eleitorado de forma eficaz e com carisma.

No passado, já pensei que seria necessário formar bancadas liberais no legislativo para realizarmos reformas liberalizantes, mas a experiência mostra não ser indispensável haver um partido liberal ou muitos políticos liberais para tanto (apesar, é claro, de desejável). Parafraseando o filósofo Karl Popper, nós não precisamos necessariamente de bons atacantes, mas sim de um sistema que nos proteja dos atacantes de outros times (das seleções anticapitalistas).

Assim, desde que a zaga e o meio campo cumpram bem seu papel, políticos votam de acordo com a conveniência e ambiente – e podem defender pautas pró-liberdade.

Às vezes, apenas um atacante é suficiente para a liberdade ser vitoriosa em diversas pautas. Exemplo disso foi a atuação de Paulo Eduardo Martins como Deputado Federal: mesmo suplente, conseguiu incluir o fim do “imposto sindical” na reforma trabalhista aprovada no Congresso este ano.

Essa seleção, obviamente, precisa de financiamento. Tal como a torcida compra ingresso para os jogos, faz assinatura de sócio torcedor e adquire camisas que ajudam a financiar seu time, a seleção da liberdade precisa de apoiadores que doem para tornar possível o crescimento de suas ideias. Não adianta haver bons goleiros se não houver zagueiros que os protejam e um meio campo que passe bem a bola para os atacantes fazerem reformas institucionais.

Saindo da alegoria, qual seu papel na defesa de um país mais livre e próspero? Faça sua escolha. Não dispõe de tempo suficiente? Então seja um apoiador do Instituto Liberal, a defesa pioneira das ideias da liberdade do Brasil.

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

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Luan Sperandio

Luan Sperandio

Analista político, colunista de Folha Business. Foi eleito Top Global Leader do Students for Liberty em 2017 e é associado do Instituto Líderes do Amanhã. É ainda Diretor de Operações da Rede Liberdade, Conselheiro da Ranking dos Políticos e Conselheiro Consultivo do Instituto Liberal.

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