Protegendo o lucro voador em Confins

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BERNARDO SANTORO*

Apertem os cintos a “pilanta” sumiu

A Folha de São Paulo traz reportagem sobre o leilão do Aeroporto de Confins. Segundo o periódico, para garantir o sucesso do leilão de aeroportos, o governo dará garantias a operadores interessados na unidade de Confins (Grande Belo Horizonte) de que eles não sofrerão concorrência desleal do aeroporto da Pampulha, dentro da capital mineira.

Traduzindo para bom português, o governo vai garantir ao locatário do aeroporto (porque isso não é privatização, é locação por tempo determinado) um lucro mínimo e o monopólio de uma série de linhas aéreas com destino à Grande BH.

Isso é privatização?

Certamente que não. Privatização pressupõe (i) venda do ativo estatal e (ii) desobstrução do mercado onde o ativo operava. No caso em tela, nenhuma das duas condições se opera.

No longo prazo esse arranjo pode ser ainda mais destrutivo que o arranjo original 100% estatal, pois no modelo anterior todos podiam culpar o estado pela completa ineficiência do serviço consumido. Agora, os governos federal e mineiro têm um perfeito bode expiatório para sua incompetência: o empresário e a iniciativa privada.

Corporocracia não é livre-mercado, é apenas um arranjo escuso onde grandes lobistas e burocratas bolam novas maneiras de tomar o nosso dinheiro.

*DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL

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