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No Brasil petista, Gabriel “o Pensador” é racista

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BERNARDO SANTORO*

Toda a repercussão relativa ao caso do médico branco que passou para a prova do Instituto Rio Branco pelas cotas raciais, autodeclarando-se afrodescendente, me faz pensar no quanto a questão racial ficou ideologicamente comprometida no Brasil nos últimos anos.

E me faz pensar também que o cantor Gabriel, “o Pensador”, talvez seja considerado pelo movimento negro um racista, em virtude do seu hino anti-racista “Lavagem Cerebral”.

Para quem tiver interesse em ouvir toda a música, com a letra, acesse aqui. Vou trazer apenas o clímax para análise:

“Não seja um imbecil
Não seja um ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco?
Aliás branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda então olhe pra trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura então porque o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou…
Nasceram os brasileiros cada um com a sua cor
Uns com a pele clara outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral”

Agora ponha esse discurso de que todos viemos da mesma mistura e que todos somos, em maior ou menor grau, mestiços (salvo uma porcentagem mínima da sociedade), e compare com parte do texto do vídeo “essa conversa não é sobre você”, que rodou a internet no ano passado em defesa das cotas raciais:

Quando você acredita ser racismo conceder cotas para negros ou outros grupos étnicos (…), eu não me comovo. (…) por favor, reconheça o seu privilégio branco e classe média e tire ele do caminho, porque essa conversa não é sobre você“.

A diferença é gritante. De um lado, um autor tentando buscar a união racial, sob o ótimo argumento de que a maioria das pessoas no Brasil são mestiços, e mesmo os que não são, não deveriam ser tratados de maneira distinta por isso e tendo empatia por todas as pessoas, de todas as cores e níveis sócio-econômicos. De outro, um autor buscando criar um conflito social com fins políticos de locupletação material, sem ter a menor empatia com pessoas cuja diferença básica em relação a ele é ter um pouco menos de melanina na pele.

E se isso não fosse o suficiente, bem… para os parâmetros fenotípicos utilizados pelo movimento negro para caracterizar raças, Gabriel seria considerado branco, o que faz dele um inimigo do movimento.

E parâmetros fenotípicos, ou seja, visuais, não significam nada. Há algum tempo atrás, em um sério estudo sobre genética de brasileiros, demostrou-se que a brasileiríssima ginasta “negra” Daiane dos Santos, na verdade, tem mais gens europeus (40,8%) que africanos (39,7%), com uma pitada indígena também (19,6%). Daiane dos Santos, então, é branca! Ou não?

Qual a porcentagem necessária para alguém ser considerado branco, ou negro, para esses movimentos afro-racistas, “50% mais um”? No caso da ginasta Daiane, que não atingiu “50% mais um” de gens em nenhuma categoria, tem segundo turno?

Por outro lado, personalidades brasileiras consideradas brancas, como Ivete Sangalo, Marcos Palmeira, Zeca Camargo e Luiza Brunet, todos tem alguma porcentagem de ancestralidade africana.

E eu aposto dinheiro com qualquer um que esteja lendo esse artigo que o rapaz “branco” que entrou no Itamaraty pelas cotas afrodescendentes tem alguma ancestralidade africana e que, portanto, pode sim ser considerado negro.

Fica então o pedido: não seja um racista. Como diria Ron Paul, racismo é o mais nojento tipo de coletivismo. Mas não sou eu que vou te convencer disso. Fico com a dica do nosso rapper não-racista:

Como eu já disse racismo é burrice
E se você é mais um burro
Não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você

*DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL

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