Vamos explicar três delas:
– Insegurança Jurídica
– Falta de Competição
– Crédito Direcionado

1 – Insegurança Jurídica (CRJ)
Recuperação Judicial é o termo utilizado quando um banco tem que ir na justiça para cobrar alguém inadimplente.

Fizemos algumas pesquisas e não conseguimos encontrar um país no mundo com um índice de recuperação judicial pior que o nosso: a cada 100 vezes que uma instituição financeira procura a justiça para cobrar um devedor, em apenas 13 ela consegue reaver o dinheiro emprestado. No Reino Unido, é 89 em 100. Para piorar, o tempo de recuperação também é terrível: um ano e meio na Grã-Bretanha frente a quatro anos por aqui.

A insegurança jurídica brasileira acabou com o mercado de leasing no país. Marcos Lisboa, em uma palestra, contou que aproximadamente 10 anos atrás este mercado movimentava em torno de 110 bilhões de reais por ano. Aí começaram as ações oportunistas: pessoas iam à justiça e diziam “eu já paguei mais da metade do carro, logo ele é meu” – e o Judiciário dava ganho de causa ao devedor. Hoje o mercado de leasing está em torno de 10 bilhões (vale ressaltar que houve outros fatores para a queda desse mercado).

Em outras palavras, o Brasil é um país onde é fácil dar calote e não honrar seus compromissos.

2 – Falta de Competição
O Brasil passou por uma grave crise bancária na década de 90 (para quem não sabe, pesquisem sobre o PROER e os custos para a sociedade). Para o economista e pesquisador Rodrigo Zeidan (FDC e NYU), redesenhamos nossos sistema financeiro com o objetivo de evitar que tal crise ocorra novamente. Assim, a grande preocupação do BACEN é que o sistema bancário seja seguro. E como ele faz isso? Concentrando o mercado.

Porém, essa segurança tem um preço, que é a baixa competição patrocinada pelo próprio BACEN. Neste ponto (e de uma maneira bem resumida), vale a velha lei da oferta e procura: se você tem poucos competidores emprestando para sei-lá-quantos-milhões querendo emprestar, natural que a remuneração do emprestador (que são os juros) seja mais alta.

3 – Crédito Direcionado
O Crédito Direcionado é o empréstimo fornecido por bancos públicos para pessoas físicas e jurídicas com finalidades específicas. Essa concessão de crédito é feita com taxas de juros subsidiadas para alguns setores da economia nacional.

Os mais comuns são o rural, habitacional e o desenvolvimento empresarial. Como o crédito direcionado capta grande parte dos recursos (quase 50%), sobra pouco para os bancos ficarem “livres” para emprestar. Vale ressaltar que em 2008 o crédito direcionado no brasil era em torno de 1/3 – sua participação foi muito aumentada no governo petista.

Crédito direcionado para o rural e habitacional são autoexplicativos, mas queria falar um pouco sobre o “desenvolvimento empresarial”. Chutem quem é um dos principais agentes de Crédito Direcionado, por onde cerca de 70% passam.

Acertou quem disse BNDES. Como se não bastassem todos os problemas de proximidade com empresas corruptas, ineficiência e má-alocação de recursos que atrapalham o Brasil causados por esse maldito banco, tem mais essa: ele é um dos responsáveis pelos juros altos em nosso país.

Vamos repetir: BNDES tem que ser fechado!

Para finalizar, há outros motivos pelos quais os juros no Brasil são altos, mas vamos explicar somente esses três por hoje.

*Artigo publicado originalmente por Conrado Abreu na página Liberalismo Brazuca no Facebook.

Fontes:
https://www.istoedinheiro.com.br/o-tesouro-escondido-dos…/
https://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/TD258.pdf
https://www.correiobraziliense.com.br/…/recuperacao-de…
https://www.facebook.com/tododiamarcoslisboa/videos/287293782201995/

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2610200905.htm
https://teses.usp.br/…/tde…/publico/CorrigidaMailliw.pdf