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Por que o Brasil atrai poucos turistas?

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O Brasil poderia ser um dos maiores mercados turísticos do mundo, mas conseguimos uma proeza monumental na área do turismo: receber menos turistas em um ano que a Torre Eiffel. Sim, o Brasil todo recebe menos turistas estrangeiros que um simples monumento na França. Recebemos cerca de 6,5 milhões de turistas por ano, enquanto o monumento francês recebe cerca de 6,7 milhões de turistas.

A França em si é um paraíso turístico, pois recebe 86 milhões de turistas por ano, sendo isto mais que sua própria população, de 66 milhões de habitantes. Quais os fatores que não tornam o Brasil tão atrativo quanto a famosa torre? Afinal, a gente ainda consegue receber menos gente que a Tailândia, a África do Sul e até mesmo a Tunísia e a Bulgária.

Pegarei um exemplo de turismo que é pouco estimulado, pouco conhecido, mas que poderia ser um grande destino para exploradores da natureza no Brasil: o Parque Vila Velha, localizado no estado do Paraná, a pouco menos de 100 km de Curitiba. A grande atração deste parque são as pedras, cuja escultura de milhares de anos pela natureza as deixou com formato de taça, sendo uma beleza natural por si só. Além disso, o parque oferece também um passeio de balão para uma vista panorâmica, arvorismo e também tirolesas para se aventurar. Além da baixa propaganda, o próprio parque se posta com barreiras.

Os ingressos do parque mostram uma autofagia própria para quem está acessível. O morador do município de Ponta Grossa, que administra o parque, paga apenas 28 reais. Já o brasileiro, de qualquer outro município, paga 42 reais. Para estrangeiro, os preços decolam nas alturas, chegando a custar 84 reais, sendo claramente discriminado no próprio site do parque. Como se espera estimular o turismo nacional discriminando o estrangeiro e até mesmo o próprio brasileiro do morador de sua própria cidade, que pode visitar o parque com facilidade comparado aos demais?

Este é apenas um dos vários exemplos de turismo mal explorados e mal divulgados, além de mal executados do Brasil. Sem falar no próprio carnaval carioca, nas festas do interior brasileiro e até mesmo nos nossos museus, que, deixados à negligência, sofrem incêndios por ingerência do cuidador, chegando inclusive ao ponto de sofrer incêndios e perdas irreparáveis.

Nem mesmo os grandes eventos esportivos das últimas duas décadas, como os Jogos Pan-Americanos do Rio em 2007, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2013 e 2014 e as Olimpíadas do Rio em 2016, conseguiram turbinar o turismo, uma vez que o marketing necessário ao país sequer foi efetuado e se esperou que os eventos, por si sós, seriam eficientes em divulgar o país. O resultado é claro: esses eventos estão se pagando e nosso turismo segue estagnado.

Além disso, nosso marketing internacional inexistente traz à tona apenas o pior do que podemos oferecer: desde a violência massiva das cidades nas últimas décadas até os escândalos de corrupção dos governos petistas, bem como os desastres ambientais recentes de Mariana e Brumadinho e as notícias de ascensão do desmatamento sob o comando do Madeireiro Mor, Ricardo Salles.

O próprio marketing ruim ainda ajuda a espalhar para os gringos cidades de baixo potencial turístico e muito mais potencial de negócios para serem visitadas, como Brasília, que ainda tem a desculpa da arquitetura urbana, São Paulo e Porto Alegre, deixando destinos naturais como os Lençóis Maranhenses, um dos locais mais bonitos do país, longe dos holofotes e do conhecimento do exterior.

Além disso, nossa infraestrutura precária atrapalha totalmente nosso país na acessibilidade para locais turísticos, além de um mercado fechado, com burocracias internas para facilitar ofertas de serviços para a exploração do país a baixo custo, tornando, além de custoso, quase impossível reconhecer locais com segurança.

O Brasil faz força para tornar um mercado com potencial como o turístico algo fraco e de pouca atratividade, quase como se implorasse para que o turismo não rendesse frutos e não obtivesse resultados. Tudo isso em um país que combina praias, natureza, belezas naturais, cultura, culinária e até mesmo neve.

O potencial turístico nacional é um mercado com grandes vácuos de exploração, preenchidos de péssima administração e péssimo marketing, que fazem com que o Brasil esteja sempre na traseira das visitas turísticas mundiais e até mesmo da América Latina, sendo um destino turístico infinitamente menos procurado que o México e, a depender do ano, até mesmo dos nosso vizinhos Hermanos, que convivem com crises há anos.

Neste país, até mercados que poderiam trazer grandes frutos conseguem ser prejudicados por péssimas políticas governamentais.

* Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.

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