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Sobre a aprovação de Flávio Dino para o STF

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Neste 13 de dezembro – aniversário do AI-5, uma das maiores excrescências autoritárias de nossa história política -, Flávio Dino, defensor do PL da Censura, militante contumaz do autoritarismo, aquele que afirmou que a Polícia Federal estaria “a serviço de Lula” – não do Estado brasileiro, aquele que atacou o povo português de maneira generalizada recentemente nos termos mais estúpidos, foi aprovado para o Supremo Tribunal Federal.

A primeira vez em que escrevi sobre Flávio Dino, recordo, foi ainda em 2014. Na época, suas contradições ambulantes já eram evidentes; observei, no artigo “Entendendo o ininteligível”, publicado pelo Instituto Liberal, que Dino concorria ao governo do Maranhão pelo Partido Comunista do Brasil. Perguntado por jornalistas se implantaria o comunismo caso eleito, ele respondeu que seu compromisso seria respeitar as leis, a Constituição e a democracia; deixou subentendido, com essa afirmação, que o comunismo, defendido nominalmente pelo partido pelo qual estava concorrendo, seria contrário à Constituição, às leis e à democracia.

A sabatina de Dino é prova de que boa parte da oposição brasileira é rendida e desqualificada. Enquanto um senador de oposição achou, sabe-se lá o porquê, que seria uma boa ideia aproveitar o momento para dizer que o pai, quando presidente da República, tentara convidá-lo para ser ministro do STF – assim como havia cogitado que o outro filho fosse embaixador nos EUA, o que teria sido uma verdadeira festa de indicações familiares sem cabimento -, outro (que inegavelmente foi um personagem corajoso da história recente do Brasil, concorde-se ou não com todas as suas atitudes) resolveu trocar afagos e risinhos com Flávio Dino para depois se sentir injustiçado pelas reclamações dos internautas.

Serei o último a concordar com incivilidade e trogloditismo, mas, quando se está diante de um nome claramente insuflado pelo “consórcio” autoritário que hoje governa o país, quando há pessoas nas ruas bradando para que seus representantes defendam a nação do seu avanço, o mínimo que se espera é dureza e consistência na postura dos parlamentares oposicionistas.
Não se pode agir na sabatina como se ela fosse uma conversa de comadres; a política exige certos rituais, certos símbolos.

Trocar gracejos com Dino em plena sabatina, nesse contexto, é clara violação desses rituais. O Brasil, como alguém disse hoje com muita oportunidade em um desses grupos de WhatsApp, precisa de uma nova banda de música da UDN. Com esse perfil de lideranças, fica muito difícil.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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