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Qual o verdadeiro risco de os EUA se transformarem em uma “republiqueta”?

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Eu tive a santíssima paciência em ver o discurso inteiro de Joe Biden que ficou marcado por uma afirmação – ou melhor, uma acusação. Com apenas uma fala, o presidente dos Estados Unidos conseguiu tachar 70 milhões de americanos de inimigos da democracia. Além, é claro, de fazer o mesmo com Donald Trump.

Se vocês acham que a esquerda brasileira é o cúmulo da ignorância, da burrice e da desonestidade, a sua coirmã americana não fica muito atrás. Acredito até que supere com folga os boçais tupiniquins. Essa verborragia mentirosa do presidente Biden – cujo único objetivo é sinalizar virtudes que ele não possui – é mais um capítulo disso.

Essa conversa de que Trump e os republicanos são uma ameaça à democracia é balela. Citam o 06/01 como prova, mas isso não é nada diferente do que os democratas sempre fizeram. Ou esqueceram os motins organizados pelo Black Lives Matter – e apoiados pelo Partido Democrata – pedindo o fim da polícia em 2020? O BLM é um movimento de extrema esquerda que nada tem a ver com o fim do racismo ou pautas semelhantes. Seu único objetivo é manter o eleitorado negro no lado azul, não importando a violência e o desemprego estratosféricos em cidades ou estados governados pelos democratas – ambos afligem em maior medida a população negra.

Como eu estava dizendo, os democratas apoiaram o quebra-quebra generalizado promovido pela extrema esquerda em 2020, mas não foi a única ocasião. Quando Trump foi eleito, a militância radical fez algo semelhante. Colocaram fogo em barricadas, queimaram um boneco representando o próprio Trump – enfim, um escarcéu violento completo. Todo mundo sabe o pandemônio que é quando um intelectual conservador como Ben Shapiro, Jordan Peterson ou Ann Coulter vai palestrar em alguma universidade americana. Não venham os democratas agora pagarem de anjos inofensivos, porque não são. Tampouco de defensores exclusivos da democracia.

Vale lembrar os inúmeros ataques do Partido Democrata à Suprema Corte – e não é de hoje. Desde a eleição de 2000, quando Bush venceu Al Gore e os democratas choramingaram um bocado porque a SCOTUS não permitiu a recontagem de votos na Flórida, a esquerda americana propaga a narrativa de que a mais alta instância do Judiciário americano é um bando de fanáticos republicanos. Ah, e, por tabela, o sistema eleitoral – com sua votação indireta via delegados – também paga o pato, mas apenas quando eles perdem. Recontagem de votos também só é maléfica se algum republicano pedir.

Vejam vocês: os democratas atacam todos os fundamentos dos EUA, apoiam a violência política dos seus grupelhos radicais e incitam o antiamericanismo interno e externo, mas Trump e os republicanos são as ameaças reais à democracia americana? Façam-me rir.

Os EUA flertam corriqueiramente com o risco de virarem uma típica republiqueta latino-americana quando um democrata é presidente. Coisas muito ‘’estranhas’’ acontecem na Casa Branca. A perseguição política com roupagens de querela jurídica contra o ex-presidente Trump é a cereja desse bolo. O uso do aparato estatal contra opositores está mais nítido do que nunca nesse caso.

Não sou especialista em Direito, tampouco da Constituição americana. Porém, como jornalista – dos bons, aqui não tem falsa modéstia – que sou, alguns fatos chamam a minha atenção nesse pandemônio todo: (I) a pressão sutil do presidente Biden no procurador-geral dos EUA para indiciar Trump pelo motim de 06/01, (II) todos os indiciamentos e acusações terem sido realizados em estados com um Poder Judiciário altamente aparelhado pelo Partido Democrata e (III) absurdas violações ao devido processo legal, como a atitude do juiz Arthur Engoron em não aceitar as alegações finais da defesa de Trump em um processo de fraude civil. Os fatos são claros. A caçada do establishment contra ele para impedir uma nova vitória nas urnas é tão desesperada que chega a ser ridícula.

Eles estão com um medo real: Trump lidera praticamente todas as pesquisas contra Biden. Na média do RealClearPolitics, vantagem para o republicano por um ponto. Se, em 2016, ele perdeu no voto popular por pouco mais de dois pontos e venceu no colégio eleitoral, dificilmente – quase impossível, eu diria – o ex-presidente não levaria a eleição ao vencer no voto popular. Por isso mesmo, o ex-presidente Barack Obama demonstrou tanta preocupação com tal possibilidade. Obama, todos nós sabemos, foi um dos piores presidentes da história dos EUA – Biden trabalha com afinco para desbancá-lo, mas terá menos tempo para tal. Também não é surpresa que a perseguição política contra Trump tenha aumentado tanto justamente no ano da eleição presidencial.

O que acho da querela eleitoral Trump vs Biden? Bom, as chances do republicano são melhores que as do seu oponente. Biden é um presidente impopular. Deixou a economia americana em frangalhos com aqueles pacotes de estímulo desnecessários – e inflacionários – com a desculpa da pandemia. Gerou ódio e divisão ao difamar constantemente os apoiadores de Trump. Foi o grande responsável por aquela saída desastrosa das tropas americanas do Afeganistão, além de outras ações – e inações – que tornaram os EUA mais fracos externamente. Em suma, é um líder fraco, capenga e cuja reeleição depende de um milagre.

Porém, ele não é cachorro morto. O país possui uma massa de dependentes dos auxílios estatais que fazem toda diferença na hora do voto. Tornar a nação americana mais pobre é um objetivo nada secreto do Partido Democrata: quanto mais pobres, mais dependentes do Estado, portanto, mais eleitores fiéis democratas. Mas tudo tem limite. O presidente Biden caminha para a derrota em novembro. Ao menos os EUA estarão salvos por pelo menos quatro anos de virar uma republiqueta.

Referências:

1.https://thefederalist.com/2024/01/10/joe-biden-loves-democracy-as-long-as-his-enemies-sit-behind-bars/

2.https://g1.globo.com/mundo/eleicoes-nos-eua/2016/noticia/2016/11/vitoria-de-trump-gera-protestos-nos-estados-unidos.html

3.https://www.breitbart.com/politics/2020/06/11/the-complex-funding-and-ideology-of-black-lives-matter/

4.https://www.businessinsider.com/president-biden-believes-trump-should-be-prosecuted-for-jan-6-riot-nyt-2022-4

5.https://www.wnd.com/2024/01/judge-blocks-trump-giving-closing-argument-trial/

6.https://www.realclearpolling.com/polls/president/general/2024/trump-vs-biden

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Carlos Junior

Carlos Junior

É jornalista. Colunista dos portais "Renova Mídia" e a "A Tocha". Estudioso profundo da história, da política e da formação nacional do Brasil, também escreve sobre política americana.

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