Por que o governo precisa se meter na minha vida?
Discute-se tudo. Como o governo deve gerir a economia, o comércio internacional, o fluxo de capitais, bens e pessoas, a educação, a saúde, a previdência, a cultura, as estradas, o espaço aéreo, os esgotos, o espectro magnético, os rios, os lagos, a costa, a justiça, a polícia, as drogas, as armas, o aborto, a herança, o matrimônio, as separações. Enfim, a vida.
O que ninguém discute é: a vida é minha, eu não me meto na vida de ninguém, por que o governo e os que orbitam em torno dele têm que se meter na minha?
Cadê a privacidade? O governo deve ser aquele ser inerte até que seja acionado para proteger a minha vida, a minha liberdade e a minha propriedade contra aqueles que usam de violência.
Governo que quer prover tudo acabará ele mesmo se tornando violento, e, quando isso acontecer, ele vai achar que agir como os bandidos que ele deveria combater é uma prerrogativa dele só porque ele monopoliza a coerção.
A coerção do governo deve ser retaliatória, não resultado de sua iniciação.
Quando isso acontecer, o governo se tornará uma máfia. No Brasil, isso já aconteceu.
Nas eleições, elegemos o Poderoso Chefão. Nosso voto é a maneira que o sistema estabeleceu para as vítimas sancionarem seus algozes.
É o beija-mão dos que querem mostrar ao capo que tem a sua benção na expectativa de ficarem para trás na fila dos devorados e ainda se servirem da carne dos que estão na sua frente.
Mas agora vai mudar o ano. Será 2025 depois de Cristo. No ano novo, vai continuar tudo igual. Agradeçam a Deus se não piorar. Agradeçam a Deus se ficar pior. Agradeçam a Deus por qualquer coisa. Que diferença isso faz? No ano que vem, continuaremos sendo roubados para sustentarmos bandidos e outros parasitas.