O decrescimento como maquiavélico protagonista
A ânsia pelo decrescimento econômico é muito mais do que um vício – é uma compulsão, com extrema constância, por parte de ideólogos e de intelectuais dos livros e, como não poderia deixar de ser, de jovens idealistas, equipados com escassa vivência do real e da vida como ela factualmente é. Triste, mas não é culpa dos moços e das moças, são seus doutrinadores!
Parece-me surreal o apoio ao sedutor e enferrujado projeto de ditos progressistas, com suas belas e emocionantes narrativas “bom-mocistas”, da moral “superior”, verdadeiramente anti-crescimento econômico e, portanto, contra o desenvolvimento social.
Em termos objetivos, o cérebro humano tem forte aversão à perda, valorando-a de uma forma muito maior do que um ganho de estatura semelhante. A ilusão ambiental também passa por aí.
O Brasil é um país pobre, com quase metade de sua população sem sequer possuir saneamento básico, isso em pleno século XXI. Contudo, partidos à esquerda e seus supostos salvadores da pátria continuam a prosperar suportados em uma agenda cativante, que depõe claramente contra as bandeiras de maior equidade, de geração de empregos e de renda, de mobilidade social, de efetiva justiça e de uma infinidade de outras questões-chave.
Por aqui, insiste-se no esporte favorito da procrastinação e na agenda “bom-mocista” secundária, que tira o foco do principal, ou seja, de que o mais eficiente programa social é o crescimento econômico. Nessa pobre nação chamada Brasil, a agenda prioritária, aquela dos interessados ideologicamente falando, não do povo, diz respeito às pautas identitárias e à defesa intransigente do meio ambiente.
Claro que é preciso respeitar e trazer dignidade para as minorias, tais como negros, mulheres e membros das centenas de grupos que compõem a sigla LGBTQIA+. Evidente que é preciso conservar e preservar o meio-ambiente.
Porém, o catastrofismo midiático, a mofada ideologia rubra, a suposta defesa dos seres humanos e a cabeça de avestruz ainda no século XVIII, muito embora, mesmo com medo, tal animal nunca enterre a cabeça como fazem esses colorados, persistem em “iluminar” legiões de exortadores de virtudes supremas, objetivamente, não o povo, aquele que necessita trabalhar para comer e prosperar.
Qualquer sujeito mediano enxerga a olhos nus que muito já se avançou em nível de agenda climática, bastando sair de casa – nem seria preciso – para observar a temática da coleta e do manuseio do lixo urbano e/ou os tipos de veículos, na sua grande maioria, que rodam nas cidades brasileiras, por exemplo. Entre em uma indústria de médio porte e verás “in loco” os avanços conquistados.
São justamente essa agenda – intransigente – ambiental e suas regras draconianas que inibem e impedem o crescimento econômico, necessário para a criação de empregos, de renda e de riqueza. Lembro-me do tempo – e recursos – despendidos para a aprovação do Projeto Embarcadeiro no cais de Porto Alegre. Há maior exemplo de geração de atividade econômica, potencial turístico, empregos, inclusão social e diversidade? Quantos investimentos deixam de acontecer em razão de regras ambientais fantasiosas, quantas moradias deixam de ser construídas, quantos empregos são desperdiçados?
A esquerda ultrapassada muito quer transformar com um giro de 360 graus, desejando a “nobreza” pelo devastador anti-crescimento econômico, crescimento esse de que se necessita na direção de mais dignidade, especialmente, para os mais necessitados. Como um conservador, quero preservar a ordem do “teste dos tempos” e toda a nossa beleza ambiental, distintamente da esquerda “progressista”, que deseja tornar os lugares vazios, deploráveis e pobres, nas várias acepções da palavra.
Aqueles que acreditam nas virtudes do verdadeiro capitalismo, criador de crescimento econômico, como eu, são taxados de destruidores da vida humana, opressores e fascistas; mas eu defendo o genuíno desenvolvimento social, não a perpetuação da pobreza verde-amarela. É uma enorme lástima que os cursos formadores em Ciências Sociais – e demais adoradores do coletivismo – deem de ombros para a economia e, portanto, para as desastrosas consequências do protagonismo de políticas identitárias e do ambientalismo para o mundo real.
Nesse diapasão, todos os brasileiros continuarão mais pobres, pagando mais impostos, e convivendo com nefasta regulamentação estatal, tudo em prol da “nobreza do amor” em detrimento do redentor crescimento econômico. Anti-crescimento é sinônimo de pobreza, mas todos querem salvar e modernizar o mundo. Muitos não desejam os investimentos produtivos, as inovações, os empregos e a geração de renda e de riqueza. Deplorável; todavia, é Brasil.