Minha opinião sobre a reforma do ensino médio

03/04/202304/04/2023 Liberalismo Brazuca

Chegou a mim a informação sobre a provável suspensão do calendário da reforma do ensino médio por parte do PT e, como professor, me sinto obrigado a dar minha opinião sobre o caso.

Primeiro: existem alguns fatos severamente incontestáveis, independentemente de você defender ou não a reforma, que são:

1) O antigo modelo do ensino médio, inspirado no modelo tecnicista da ditadura militar da LDB de 71, fracassou, fracassará e continuará fracassando, porque é um modelo que afogou a nossa educação de nível médio a uma mera extensão que, na prática, é um fundamental 3 com alto foco em área de exatas.

2) Por ser um fracasso, reformar é necessário – se não esta reforma, outra precisa sair do papel, e o tempo já está perdido.

3) A reforma que foi implementada ao longo do governo Bolsonaro com a influência de Abraham Weintraub e Milton Ribeiro foi uma deformação plena da ideia apresentada pelo governo Temer. Isso é incontestável, e basta comparar o que o ex-ministro Mendonça Filho apresentou há 6 anos com o que temos hoje, na prática.

4) Justamente por esta deformação que a reforma atual está se mostrando pior que o modelo antigo já ultrapassado. Estados têm se perdido na grade curricular, alguns têm colocado aula de fazer bolo como parte de um currículo obrigatório e até mesmo aulas de “motivação” passam a surgir. Muito ruim.

Dada toda a situação atual, é possível concordar sim com a suspensão da implementação vigente desde que haja duas situações: ou a apresentação de um modelo melhor ou uma correção do modelo atual.

Simplesmente cortar a reforma do ensino médio para voltar à estaca zero é defesa do retrocesso e do adestramento estudantil que muitos professores que amam suas camisas com frases de Paulo Freire adoram criticar, mas, na prática, o toleram se for feito pela pessoa “certa”, leia-se: o Lula.