Perdendo o foco
ARTHUR CHAGAS DINIZ*
A Universidade Federal do Rio de Janeiro decidiu ontem terminar com o seu sistema próprio de vestibular. Passou agora a utilizar o exame do ENEM como referência classificatória. Também aumentou o número de vagas para egressos do ensino público que passou de 20% para 30% (aumento de 50%) condicionadas à baixa renda do candidato.
O vestibular da UFRJ é (ou era) um dos mais consistentes modelos de classificação porque tem (ou tinha) como base questões discursivas. Substituiu-o pela classificação do ENEM que tem sido, nos últimos anos, para dizer o mínimo, ineficaz e desonesta.
A tradição dos vestibulares da UFRJ é marca distintiva dos profissionais formados por esta instituição. Baixou-se muito o gabarito e é de se esperar que os melhores candidatos passem a buscar outras faculdades que serão demarcatórias de mérito e não, de outro tipo de escolhas.
O Mérito, aliás, como critério, anda cada vez mais longe dos modelos seletivos no País. Vai da qualidade dos ministros escolhidos para gerenciar pastas complexas até terminar na seleção de alunos para cursar universidades públicas.
Estamos perdendo o foco na qualidade.
*PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL