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A Liberdade e a Inteligência Artificial

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Toda criação revolucionária tende a despertar um sentimento de receio, ou até medo, na maioria das possíveis partes afetadas, pois a falsa sensação de segurança é comprometida. Esse comportamento é comum quando se estuda o ser humano e sua organização em sociedade, porém, aqueles cognominados de inovadores enfrentam a reação negativa dos demais desde os primórdios, especialmente no que diz respeito às suas propostas desafiadoras.

A evolução da Inteligência Artificial tem gerado impacto similar a época da revolução industrial, devido ao potencial de elaborar soluções e resolver problemas que essa ferramenta proporciona, além das inúmeras possibilidades pensadas para seu emprego. A esfera de ação é ilimitada e, consequentemente, os possíveis impactos no formato de vida do ser humano tendem a ser preocupantes e, a partir dessa premissa, burocratas, empresários e influentes trazem à tona a necessidade de criação de regras claras para trazer de volta a segurança para a população. Os inovadores, desde Tesla, Ford, Oppenheimer e tantos outros cientistas de suas respectivas gerações, sofreram com essa ação repressora, pois a ignorância, a impossibilidade de controle por um órgão central ou a perda de lucro, tendenciam os indivíduos a tomarem decisões irracionais, como criar mecanismos para garantir seus próprios interesses, mesmo que em detrimento de outros.

A Inteligência Artificial foi criada em 1956 por John McCarthy, o qual inventou a linguagem de programação chamada Lisp. Contudo, Hebert Simon, JC Shaw e Allen Newell desenvolveram o primeiro software com Inteligência Artificial. O pai da computação, Alan Turing, foi o primeiro a pesquisar a respeito de IA (Sigla utilizada para inteligência artificial) e estabeleceu um teste para os computadores, conhecido como Teste de Turing. O objetivo era validar se a inteligência criada era capaz de replicar o comportamento humano através de uma interface de texto.

Da década de 60 até hoje, diversos experimentos, evoluções e propostas têm surgido ,e o que se percebe é o aumento da velocidade de tecnologias com a utilização de IA e, em paralelo, projetos de regulamentação para garantir a segurança da propriedade intelectual, empregos, empresas e economias locais de países ou até mesmo de blocos. Se for realizado um comparativo com a revolução industrial, segundo relatos de Ludwig Von Mises, durante esse período, os industriais proporcionaram um aumento da qualidade de vida de crianças e mulheres, as quais outrora não estavam aptas a trabalhar e estavam morrendo de fome e doenças, a partir do trabalho disponibilizado pelos processos produtivos criados. Posteriormente, com as criações de Ford, a linha segmentada em etapas proporcionou um aumento de produtividade absurdo, além do surgimento de maquinário e dos primeiros passos da robótica, o que “tomou” espaço dessas mesmas crianças, mulheres e trabalhadores.

Qual a diferença desses dois cenários? Em primeira instância, as vagas disponíveis colocavam em risco a vida das pessoas devido a exposição a materiais e outros perigos, mas garantiam um aumento na qualidade de vida, o qual não houve em nenhum outro momento. Com a revolução industrial e o emprego de tecnologias, algumas atividades deixaram de existir com o objetivo de garantir a produção frente a demanda e a segurança dos trabalhadores industriais. Entretanto, houve a perda de postos de trabalho e, exatamente nesse período, houve a criação de regras para garantir postos de trabalho e direitos ,e bem como culminou numa redução ainda menor de disponibilidade de empregos. Mas qual a relação desses eventos passados com a atualidade da IA? Seria quase idêntico se, na atualidade, não houvesse tantas regras criadas, o que torna mais complexo o emprego de qualquer nova tecnologia sem ferir algum protocolo criado por burocratas ou figuras políticas.

A realidade tende a ser decepcionante em alguns aspectos, especialmente se encarada no volume de artifícios, regras ou propostas absurdas. Porém, se avaliado o Estado de Direito e alguns conceitos sobre Liberdade, entende-se que existe a necessidade de regras claras para garantir esse valor essencial de forma individual e no arranjo de sociedade. Segundo Friedrich Hayek, em sua obra “A Constituição da Liberdade”, “Liberdade significa não somente que o indivíduo tenha tanto a oportunidade quanto o fardo da escolha; significa, também, que ele deve arcar com as consequências de suas ações. Liberdade e responsabilidade são inseparáveis”. Portanto, garantir as regras claras para tornar todos responsáveis por suas ações é essencial para o exercício da democracia. E, para garantir a evolução, a inovação e o surgimento de mais soluções para os problemas enfrentados pela sociedade atual, a liberdade é essencialíssima.

Se houver a compreensão que a Inteligência Artificial é oriunda de uma inteligência natural, a mesma liberdade concedida aos indivíduos deve ser replicada, em sua totalidade, para as criaturas que proporcionaram novos marcos e novos tempos para sociedade pós-moderna. Limitar a liberdade é limitar a evolução.

*Raphael Ribeiro – Associado I do Instituto Líderes do Amanhã.

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